Mostrando postagens com marcador Parintins. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Parintins. Mostrar todas as postagens

Conversa Íntima, Caprichoso Campeão do Festival de Parintins 2023

 

Tribo das Tupinambás 2023 - Arquivo: Juciara Matos 

Vamos começa o post lembrando que o pau que bate chico bate Antônio… não gosto e nem analisarei item por item deixemos a análise para os especialistas que entendem o que é técnico, o que é harmônico, cênico e por aí vai. Nós, só entendemos do que é feio ou bonito, o que cai ou o que despenca…

Só quero os intangíveis (aquilo que não se pode pegar), mas sabemos que existe.

O amor, a vergonha, a tristeza, o encolhimento e o ódio…

Nem quero mais falar das alegorias caindo na arena, machucando pessoas, causando pânico em todos nós.

Quero falar do excesso de confiança que nos foi vendido, tipo: O Boi Garantido está pronto! está lindo! , está impactante!, está, está e estava mesmo?

Ostentou uma bandeira da inclusão quando um de seus legítimos representantes esteve fora da arena, um item que completa 35 anos de festival, o Rei David Assayag.

Pediu respeito pela vida dos Yanomami quando negligenciam o pagamento de seus colaboradores, ameaçando de demissão quem reclamar.

Fala de empoderamento quando o seu dirigente maior vai para as redes sociais de vitimizar para fugir das críticas reais de sua má administração, criando cortina de fumaça.

No discurso de arena, a cultura é exaltada com a sua sustentabilidade, com investimento de milhões, enquanto a credibilidade da AFFBBG está indo pelo ralo.

Exaltam a diversidade e cruzaram os braços para os múltiplos talentos que escrevem essa história de vitórias no Garantido, artistas de galpão, artistas reconhecidos nacionalmente, poetas, letristas, músicos e etc.

É muito fácil apelar para o emocional, a paixão, no último minuto, jogando a responsabilidade do resultado nas mãos dos loucos torcedores, que apaixonados vão para o sacrifício sorrindo, acreditando que estão contribuindo para salvar o que eles se recusaram a salvar.

De fato, somos ordeiros, cordeiros indo para o matadouro de presidentes egoísta e gananciosos. Presidentes de grupos, de eleitos e escolhidos.

Teremos eleição em setembro de 2023, não venda, não troque, não penhore o seu voto. A conversa é intima entre a urna e você.  

Parabéns, pelo título de 2023, boi-bumbá Caprichoso! Fica Esperto, estamos acordando do pesadelo!

 


Vamos de Boca Rosa em Parintins


Com o tema O Boy Brabo da Biba Truqueira, dando Golpe por toda Vida, o Boi rosa e lilás dá início à temporada dos grandes espetáculos em Parintins. O evento acontece na hamburgueria Club Beer, as 22h, dia 23 de junho.

Parintins, a Capital Nacional do Boi-Bumbá, tem na terceira via do folclore o Boi Boiola, com sua exuberância Pink e lilás, transforma, literalmente, a ilha de Garantido e Caprichoso na Ilha da Magia, onde a igualdade respeito e fraternidade pedem passagem e guarida.

“A bandeira colorida erguida demarcando o espaço para todos, todas e todes, é um grito de EU EXISTO, e mereço viver no mesmo espaço que você, pois afinal, quem é o perfeito nesse lugar chamado Terra?" Questiona Tarciso Gonzaga, presidente do Boi Boiola. 



"O espetáculo anual do Boi Boiola é montado após a apresentação do tema dos irmãos famosos Garantido e Caprichoso, juntamos o significado dos temas dos famosos e elaboramos o nosso, usamos, com todas as permissões, as paródias de suas toadas adicionando sempre aquela pitada acida de humor lilás": confidencia FranKte – diretor de espetáculo e apresentadora do Boi Boiola .

Sem dúvidas a brincadeira do Boi Boca Rosa de Parintins traz em sua teatralização a representatividade, essencial no combate à LGBTfobia e garante o espaço de poder para  todes da comunidade.  


Venha conferir o procedimento de harmonização facial do Boi Boiola

Local: Hamburgueria Club Beer - Av. Amazonas, 2845 - Centro, Parintins

Hora Colorida: 22h

Data: 23 de junho de 2023

Contatinhos para reserva de mesas (92)9 9158.6640 

 Fotos : Divulgação Boi Boiola 

 



Quando o menos é mais

 


Charlene Duvallier, após a ressaca moral vivida em Parintins, pede limpar as interrogações em sua cabecinha.

 — Fofa, que espetáculo é esse que o nosso boi Garantido está vivendo?

 — Charlene, na minha opinião, falta de gestão. Todo e qualquer EVENTO começa pela equipe, que precisa está alinhada com a missão, valores e visão do grupo.

 — Como seria essa aplicação no Boi Garantido 2022?

 — No estatuto da associação, esse tripé é bem definido, mas simplificaremos para o festival: a) - a missão no espetáculo é SAIR VENCEDOR; b) - os valores  —  o grupo precisa ser ÉTICO — trabalhamos com dinheiro público, investimento de patrocinadores, investimento de torcedores (consumo dos produtos para o festival); c) Visão — o boi Garantido, sempre em suas inovações pensou em um crescimento para o espetáculo, puxando o freio quando o carro queria ir para frente do Boi, são valores de fundamentar a escolha, ter referencias solidas, estudar as suas causas e consequências. Para   o BOI  de arena, tem sim vários julgadores,  os credenciados para  dar o título de campeão; os  que cobram a vitória  do investimento em patrocínio e os jurados que justificam a existência do festival — os torcedores, esse último grupo de jurado, muito mais que os dois grupos, merecem atenção especial, merecem explicações claras, é por causa desse grupo que o espetáculo cresce, e foi por causa desse grupo de julgadores que o Boi Garantido, ganhou o mundo.

  —  Fofa, mas essa crise, generalizada, nas redes sociais poderia ser evitada?

 —  No cenário, que desde 2020, o boi Garantido vive, eu acredito que não. As mudanças foram bruscas, a falta de diálogo marca essa administração.

 — O que de faltou?

 — Acredito que faltou amadurecimento para enfrentar as crises. O que marcou essa gestão foram discursos evasivas e palavras como: "desce do palanque”, “viúvas de cargos", "torcedores de diretoria", "perdeu a boquinha”, etc., mas as respostas para as indagações nas redes sociais, nunca foram dadas, aliás, foram dadas na arena. 

 — Fofa, porque tudo acontece nas redes sociais?

 — Bom, falando como associada, não existe, no   Boi Garantido, um canal de comunicação com o associado, então, nos resta, ser ouvidos através da exposição pública.

 — como você resolveria esse caos midiático no boi Garantido?

 — Não sei bem ao certo, mas sei que indo nas redes sociais, levando um litro de álcool (gasolina está o olho da cara) para cada resposta, isso, não apazigua a insatisfação da falta de clareza da gestão. Talvez, uma boa assessoria de comunicação, entrando em ação para escolher o que responder, como e quando responder, já diminua o prejuízo que esse barulho está causando ao nosso Boi Garantido.   

 — e você é contra a saída da diretoria da AFBBG?

 — Sim, mas isso, após a prestação de contas. Eu, não acredito em mudanças magicas, a gestão se perdeu em vários caminhos, a chance foi dada, o crédito foi aberto, muitas vozes foram silenciadas. Agora é o momento de virar a página, seguir, aprendendo que boi Garantido  é coletivo, amplo e popular.

Noite 02 do Festival de Milhões


Engole o choro c1r1lho!

                     Gente, eu acredito que minha miguxa anda perdida em Parintins, ela não dorme, a madrugada toda foi de áudio... gente Charlene está me deixando maluca. Transcrevo, com o devido filtro, algumas conversas...


— Fofa, não dorme, a opção de não vir pra Ilha foi sua, então aguenta… vamos aos relatos do dia dois do nosso Boi com o coração na testa...

Áudio 1 – Teve capim para o Boi, mas faltou o sal, e como a tripa Batista é 220volts, precisa do banquete completo. Fofinha, Garantido é boi de briga, acho que o tripa quando pisou na arena estava virado no Jiraya... Parabéns Batista, deu o seu recado.

Áudio 2-Não sou historiadora, apenas gosto de divulgar comentários diversos (sem fofoca), mas vamos falar de auto do boi, ouvir um comentarista desafiando a sinhazinha do contrário a vir para arena dançar nas pontas… ué? Por que já? É disputa de sapatilha? Pra mim, que não sei de porra nenhuma, a sinhazinha, filha do amo, dono da fazenda (e era uma senhora Fazenda), com VÁRIOS escravos e o período de escravidão no Brasil- de 1535 a 1888. Então, amiga sua louca me fala: essas gatinhas dançavam balé?... na dúvida liguei para meu amigo folclorista que me explicou o seguinte: "a entrada da atual figura da Sinhazinha no Boi-Bumbá foi para dar conotação a Belle Époque, representação do barão da borracha e ela simboliza as moças que estudavam na Europa da época, 
Por isso a indumentária de vestido de roda, sombrinha, chapéu, etc..." Gente... esses contextos históricos me deixam doida, prefiro as teorias dos amigos vasculhadores do feicibuque,  e para diminuir o tamanho da confusão na minha cabeça fico com a definição para filhas de pais ricos do Seu Jorge: burguesinha, burguesinha... SÓ FILÉ! . Quero deixar claro, que não estou julgado Sinhás, estou julgando o desafio feito em rede nacional ...só isso!!!


Áudio 3 – C1r1lh3, me explica!!!!!! Ressuscitar um ritual de 2016, quando em 2022, foi feito ampla divulgação de novas toadas para novos rituais... porque seres da floresta??? Por meu EGO ser maior que o meu BOI?????

Áudio 4- Gente... coragem, mesmo é invocar Xangô (encontramos o machado). Xangô é justiça, ansiosa pela resposta dessa evocação, sem traumas.

Áudio 5- Drama na fila da galera, a quentinha foi para alguns e feijoada, no sol de Parintins, é querer esvaziar a arquibancada. E a água? Emprestada, não podia subir com água, a galera devolvia para uma caixa perto da escada... (tenho o áudio dos torcedores)

Áudio 6 – no dia 25 de junho, foi feita a citação e homenagem à promessa à São João… e dona Maria Monteverde estava presente. Só uma coisa eu não entendi ainda... Dona Maria é batuqueira de fato, toca xeque-xeque... por que ficou de fora? Está na batucada já era direito adquirido para usar a fantasia da noite!

— Charlene Duvallier, nada de ficar chateada, mas da metade para o final gostei do Garantido na arena, vi uma crescente.

— Te entendo fofa, o desespero estava acabando. Só lembrando que porra de som era aquete na arena do Garantido??? É pra enterrar o espetáculo mesmo, baixo, baixo, baixo.

E como dizem Os Curuatás ... Minha herança é um Garantido Campeão!

Ansiosa por setembro de 2023.

Áudio 7- Fofa, abre uma nova conta pro teu feicubuque, tu tá perdendo todos os babados e confusões... como te amo, te enviando alguns... sem choro!



















O levantador de Toadas do Boi Garantido ficou toda  por 2h30, esperando para fazer uma participação no espetáculo --- não aconteceu. 




 

 

 

 


Tadeu Garcia, compositor encarnado, incendeia o SOLO SAGRADO da Francesa!

 



Fofxs mudando rapidinho de parceiro, resolvi incomodar, desta vez, o calmo, tranquilo, quase um monge, Tadeu Garcia.

Esperei dez toques de chamada para ouvir, uma saudação que mais parecia um ralho:

— Quem é?

Calculando cada palavra, eu respondo: Tadeu Garcia, recebi o seu contato de uma amiga em comum, a Lydia Lucia, quero fazer algumas perguntas sobre composição musical, pode ser? Ah! Bom dia, para você também!!

— Que perguntas? e qual a finalidade?

Publicaremos essa conversa em nosso blog e a finalidade é esclarecer a sua relação com o boi contrário em 2006.

— Não tenho relação com o boi Caprichoso, o que aconteceu em 2006, foi um acordo comercial, profissional, apresentei duas toadas, foram aprovadas, assinamos um contrato e ponto final.

Bom, chegou aos nossos ouvidos que você está sendo levando no bico, quanto os seus direitos autorais, lá no Boi Caprichoso, é isso?

— Não sei o que vocês ouviram, mas a história é a seguinte: em 2006, compus duas toadas - Esplendor da Noite e Mulher Guerreira para CD Amazônia Solo Sagrado. O meu contrato foi SOMENTE para execução na mídia física (CD), por um ano. Ou seja, para regravação ou qualquer outro modelo de reprodução das minhas toadas, após 2006, é preciso outro acordo, contrato novas autorizações.

Entendi, então, isso não é coisa de compositor chato, briguento, ranzinza, bipolar, preto e mora longe? ... Nada pessoal, viu Tadeu, eu te amo!!

— Sei que você me ama... Isso, segundo a Lei 9.610 sobre direitos autorais, implica em sanções, tanto do ponto de vista dos direitos patrimoniais, quanto do direito moral do autor, pois aí atinge o grave desrespeito em que nem sequer, nas plataformas a Associação cita o NOME DO AUTOR. Parece-me uma omissão proposital: não querer pagar a parte dos direitos que cabe ao autor e também desrespeitar conscientemente. Sou preto, briguento, marrento e conhecedor dos meus direitos e deveres. Não devo nada a ninguém, por isso cobro quem me deve.

Tadeu, mas o que o boi da francesa está te devendo?

— Fiz uma busca pelo pagamento dos direitos autorais de minhas obras (toadas), e percebi que o Boi Caprichoso disponibilizou em vários canais virtuais as minhas obras, mas sem as devidas autorizações. Incluíram, inclusive, minhas toadas em uma nova mídia digital o CD 20 anos do Bar do Boi, e em uma mídia impressa também.

Pára tudooooo... quer dizer que do lado também existe os "aceçores”, também????

— Acredito que sim!!!! Fiz a pesquisa na Onerpn e o responsável pelo Boi Caprichoso é “impresaoficialcaprichoso@gmail.com, marquei uma reunião com a pessoa responsável, que me pediu um prazo para resolver e após a reunião comigo, sumiu, não me atende mais... Então a porta da negociação pacifica está fechada. quero saber como fica essa receita, pois no mercado digital o percentual é 25% para o produtor fonográfico (Associação que disponibilizou o material) e 75% para os autores da obra.

— arrasada!!! Esses “aceçores” não sabem que EXISTE uma LEI que protege o criador de uma obra intelectual??? E tem mais, a intermete não é terra sem Lei, desde 2014 tem o seu marco Civil amparado pela Lei 12 965/2014. Enquanto isso, há 24 anos, na CFB foi aprovada a Lei dos Direitos Autorais, no ano de 1998 (o aceçor, que lê o nosso blog, ta usando aquela desculpa: "eu não tinha nem nascido"! Égua, mano! tu pesquisas outras coisas mais velhas nas redes sociais, coisas até improprias). Anota logo: LEI 9.610/98,e ter preserva desses erros amadores. Mas meu preto, terá ação judicial?

— Te esperou, já estou com todas as informações para fazer valer os meus direitos. A bronca vai começar...

Tens a curiosidade de ler as letras das duas toadas do Tadeu Garcia no Boi da Francesa? (ele autorizou rsrsr) leia comigo:



NOITE DE ESPLENDOR

Nesta noite de esplendor
Fico feliz que o caprichoso vai chegar
Quanta gente linda se produz

A festa é reluzente em todo azul

Sinta forte o símbolo da emoção
A visão estrela a nos conquistar
Inspira para ecoar a nossa voz
Caprichoso - amor de todos nós

Os fogos incendiam um clarão
Anunciando a espera da contagem (é um,é dois,é três)
O touro caprichoso vai brincar
Tudo é permitido no luar
Um belo anseio ao coração

Seja caprichoso
Esteja mais feliz - peão
Eu sou caprichoso
A força de ser campeão


MULHER GUEREIRA

Quero lhe encontrar
Seja onde for
Guerreira
Lutando

A Amazônia está
Nas noites de calor
Sensível
Ao ideal de amor

As belas formas de dançar
Avançam nos passos
Ao som da toada

Liberdade vem bailar
Nos vôos suaves
Com asas de prata

Esta terra não é ilusão
Sabemos nela preservar
Beleza, gestos de emoção
Lição pra natureza amar
Divina cunhã simboliza os florais
Nossa aldeia
É o azul vivendo em paz

Divina cunhã
Quem embala o luar
Incendeia
O azul em nosso olhar

 

Amazônia do Povo Vermelho

 

                                                     Fofo: Divulgação

E Charlene Duvallier me acorda eufórica com a torneirinha de palavras abertas ao máximo.

— Bom dia, fofa!! Você assistiu a laive de lançamento do nosso Garantido, ontem? 

Infelizmente, não. Estou em crise de sinusite e fui cedo pra cama, mas como eu já esperava pela sua completa narrativa, pode começar.... Bom dia, Charlene Duvallier (quase pago de mal-educada).

— Começaremos do começo: Chegando na Cidade Garantido, a cidade Branca e Vermelha, onde o vermelho desperta a máximo de ousadia, que faz meu sangue ferver, e ai... (pausa longa) dou de cara com um palco BRANCO! Nada contra, mas estou saindo de uma rotina dolorida de idas e vindas em corredores hospitalares, e aquela imensidão branca, esse vazio, me jogou nessa memória  tsc, tsc, tsc.  (teria sido uma exigência do dono da casa?)

Fico pensando, no básico do básico em eventos, CENOGRAFIA X AMBIENTAÇÃO E DECORAÇÃO.  Precisávamos ser jogados nesse mundo colorido que é o Garantido, sentir a vibração de todas as cores, já era de conhecimento público que o TEMA seria a AMAZÔNIA, então???????  Esse vazio na ambientação já é devido ao desmatamento???? Gente da inteligência divina, desculpa, mas eu não sou tão inteligente, sou apenas, falante, preciso de coisa mais simples, mais objetiva.

Segue o espetáculo... em um evento, todo show é principal, deixar os primeiros cantores sozinhos, sem apoio do bailado do Garantido Show, foi tortura chinesa, até porque, imagem é tudo, cantar no seco, para uma plateia fria que está se organizando no salão é para os fortes. Meus parabéns e abraço calorosos para o Patrick Modesto, Adriano Carvalho, Gilson Matos e P.A Chaves, vocês foram mais que foda, foram FODEROSOS.

Falando em plateia, salão, pista... gente, deixar os pagantes das mesas  na frente do palco, é limitador para todos... mesmo com aquela língua, seria uma representação da Ponte do Rio Negro no palco???, não deu, não ornou as mesas naquele espaço: 1-não tem espaço entre as mesas e cadeiras para os finos se rasgarem; 2) o povo que grita, pula, agita o evento, é  o povo dos dez reais, que dança e fresca com a latinha na mão; 3) ficou um buraco do pinto, apertadinho, assim, vendo de longe, parece que não houve custo beneficio para a compra de mesas.

Não sei para os cantores, mas para mim... batucada é no palco! Vê a evolução de alguns surdos, suados, a coreografia da batucada, mexe comigo, intimamente.

Massssssss!!! Vamos ao tema: AMAZONIA DO POVO VERMELHO, de cara tomei um susto, me lembrou os filmes de roliude, onde os brancos, chamavam os indígenas de “peles vermelhas” isso, só por isso, eu gosto da frase assim: POVO DE ALMA VERMELHA!

 Os temas com a temática amazônica já entraram 11 vezes na arena com o Garantido, dessas 11 vezes, 05 levaram o título de campeão. Eu acredito na capacidade intelectual do DGE em desenvolver o tema sem cair na repetição de versões da famigerada e extinta comissão de arte.  Só um parêntese (...) Porque o estandarte veio o tema anterior??? Pelo que me lembro, o estandarte “obrigatoriamente” representa o TEMA... égua, é muita modernidade, é muita novidade... Teremos um espetáculo, fundamentado, para seduzir qualquer jurado.

Quanto ao DGE (Direção Geral do Espetáculo) 18 nomes foram apresentados e desejamos boa condução ao espetáculo e que tragam o título para o Boi da Baixa... Mas a proposta de frear os  gastos, fazer uma organização enxuta???... credo, modernidade, nem parece  o novo. 

Alciro Neto ( Netinho, rsrsr) bem vindo, exemplo  de meritocracia, justa e merecida a oportunidade,  como Item Substituto do Apresentador Israel Paulain,   ficarás  mais famoso que “aquele teu  tio”. Sucesso!!!!!

E por falar em apresentador...esse profissional de evento, existe para ser a VOZ do dono do evento, para dar o andamento da organização no evento... não é uma pessoa para encher o espaço vazio, ou entreter o público nos intervalos, roteiro geral do todo o espetáculo, direcionamento, produção  e orientação fazem toda a diferença no show.

— Fofa, estais ai? Tá ouvindo???

— Sim, Charlene Duvallier, estou aqui!

— Fofa quero criar um grupo no uatizape!

— Hum!.. para que e qual o nome do Grupo?

— Quero ter seguidores quero ser famosinha, falar mais besteiras.... o nome seria P.G. A, antes de você perguntar, eu digo: Povo Garantido da Antropofagia (cultural é claro).

— Charlene, sem grupos, bastam as confusões que você cria em nosso blog. Tento desligar,  medo de ouvir mais delírios e  ainda ouço Charlene diz: Não basta ter a pele, precisa ter a alma vermelha!!!

 

 

O Profeta da Baixa - Fred Góes

 



Em uma postagem, na fanpage, do cantor Antônio Pereira,  li na programação do Projeto Nossa Música85,o nome de Fred Góes, fiquei curiosa para saber da memória,sobre aquele, momento para o poeta da Baixa.

E vamos lá, uma boa leitura!

Em setembro de 1984, Fred Góes, que vinha de larga experiência na música latino-americana com os Grupos Chaski, Machitun e o Internacional Raíces de América, e Zeca Bahia, compositor da música Porto Solidão, sucesso nacional na voz de Jessé, estrearam no Teatro da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, o show FLOR DA MAGIA, com músicas e poemas dos dois compositores.

 

Zeca e Fred moravam em uma casa na Vila Madalena, onde contribuíram na criação da famosa Feira da Vila. Alí receberam o saudoso jornalista Orlando Farias, com quem Fred dividiu parceria nas canções "Lumes" e "Viajante Renitente", o  cantor e compositor Pedrinho Ribeiro e o então Superintendente de Cultura, Lino Chícharo.

 

A convite de Lino vieram a Manaus para apresentar o show FLOR DA MAGIA no Teatro Amazonas, onde estava sendo realizado o Projeto Nossa Música, evento importantíssimo que projetou grandes nomes da música amazonense, como Cileno, Candinho e Inês, Guto, Raimundo Pereira, Jorge Jucá, Adal Santos, Roberto Dibo, Natasha, Pedrinho Ribeiro e muitos outros artistas que foram surgindo na esteira de todo um movimento musical que acontecia em Manaus, identificado como Música Popular Amazonense(MPA).

 

Era o mês de junho e, na ocasião, Fred e Zeca participaram ainda do Show de lançamento da Legalidade do Partido Comunista do Brasil, na Praça São Sebastião, que contou com a presença da atriz Beth Mendes.

 

Com o Projeto Nossa Música acontecendo no Teatro, não havia espaço para a apresentação do Show FLOR DA MAGIA e Fred Góes acabou dividindo o palco num show com o Grupo Tariri, que tinha Natasha como cantora, e Zeca Bahia se apresentou em um show com Pedrinho Ribeiro.

O registro da participação de Zeca Bahia e Fred Góes está no álbum do Projeto Nossa Música.

 

Depois do Show no Teatro Amazonas, Fred Góes, junto com Zeca Bahia, foi a Parintins assistir o Festival Folclórico pela primeira vez, pois morava em São Paulo desde maio de 1965, exatamente no ano em que aconteceu o primeiro Festival.

 

Fred e Zeca retornaram a São Paulo, Fred apenas para resolver seus compromissos e voltar em seguida para Parintins, ele e o filho Marcelo do primeiro casamento, dançarino e coreógrafo que hoje vive na Bélgica, onde trabalha e dá aula.

 

Em síntese, o Movimento da Música Popular Amazonense(MPA), que acontecia em Manaus e o espetáculo FLOR DA MAGIA, apesar de não ter sido apresentado no Teatro Amazonas, acabaram sendo responsáveis pelo retorno de Fred Góes a Parintins.

 

A partir daí o envolvimento com o Boi foi inevitável, dividindo o trabalho como correspondente do jornal A Crítica, a Direção de um jornal local na TV e o jornal O Parintins, criado por ele e os irmãos Bené e Vander Góes, que circulou durante 10 anos na Ilha.

 

Foto: Juçara Menezes 



Fred Góes  — Jornalista, dono de um prêmio Esso Nacional,         músico, compositor, coordenador  da extinta Comissão de Arte do Boi Garantido.


O Festival de talentos sem Festival Folclórico em Parintins

A área de eventos foi uma das mais afetas durante a pandemia, sendo, o Festival Folclórico de Parintins um grande evento, foi abalado na base: os Bois Garantido e Caprichoso.

O segmento de eventos abrange nada menos que 70 setores da economia e movimenta anualmente R$ 210 bilhões de faturamento gerando nada menos que R$ 48 bilhões em impostos, representando 4,32% do PIB do país.

Além disso, o setor abrange 60 mil empresas na cadeia de serviços e gera mais de 1,9 milhão de empregos diretos e terceirizados. É um número gigantesco e os eventos estão paralisados há mais de 550 dias.

Mas o talento nunca, jamais será sufocado, amordaçado, encolhido e isso em Parintins é quase uma regra: “fazer da arte uma necessidade física”, os artistas não sossegam e não se aposentam.

O prêmio Feliciano Lana — homenagem ao indígena Sibé, da etnia Desana, que com tinta guache sobre papel, mostrou para o mundo a cultura de seu povo. Ele fez o mundo (constatar) os troncos cortados com serra elétrica às margens do rio e como o desmatamento estava cada vez mais próximo de sua comunidade.

Os vencedores do prêmio da Lei Aldir Blanc, em Parintins, mostraram ao mundo que são multi, são audaciosos, solidários e comprometidos com a cidade do Boi-Bumbá.

Gostaria de citar um por um, mas fecharei em dois nomes Marialvo Brandão e Roberto Reis, trabalhadores da arte parintinense, acostumados a construir grandes alegorias e tirar de nós, pobres mortais, suspiros e lágrimas a cada apresentação do Boi Garantido na arena.

* Roberto Reis, com o seu prêmio, retratou em suas telas (acrílicas sobre tela) as lendas que permeiam o imaginário nortista. A exposição “Nossa Arte e Magia que Encanta o Mundo” acontece no Mercado Municipal Leopoldo Neves em Parintins, de 14.09 à 21.09.2021.
                Lenda da Matinta Perera – Boi Garantido 2018


* Marialvo Brandão nos leva para a cultura dos povos originários, nos faz reviver os grandes Rituais Indígenas do Boi Garantido, 10 maquetes, perfeitas, mostram os detalhes das alegorias do Festival de Parintins. A Exposição das miniaturas, foram produzidas, retratando os últimos 10 anos, de arena do Marialvo Brandão e podem ser conferidas na exposição “Rituais Indígenas, desvendando os segredos alegóricos” no Hall do Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro ( Bumbódromo) de 15.09 à 25.09.2021.
                      Ritual de Escarificação - Boi Garantido 2017

Minha total reverência aos artistas, vencedores do prêmio Feliciano Lana, por dar trabalho as suas equipes, para os torcedores que não tem a oportunidade de ir aos galpões de alegoria, cada artista tem a sua própria equipe, que os acompanha desde sempre. Existe, entre eles, irmandade e lealdade, e durante essa pandemia, não foi diferente.
















Doutores em Garantido


Em uma conversa muito interessante com Charlene Duvallier, ela me questiona sobre memórias do povo Garantido.
E Charlene começa a sabatina: Fofa como é que você consegue ficar séria quando esses doutores em Garantido jogam suas teorias históricas pra você?
Charlene, para início de conversa,  quem são os doutores em Garantido?
Minha debochada amiga cai na gargalhada... São aquelas pessoas que a farinha cria ( rsrsr) . O povo (após a vírgula) que chegou hoje, já sentou na janela, e sai por aí reproduzindo as histórias que ouvem nas esquinas, nos mercados, nas salas com ar condicionado e falam como se tivessem vivido o fato.
Eu, completamente boba, argumento: Mas o que tem isso de errado?
Charlene irônica, responde: nada... Se o telefone sem fio (aquele da época do Lindolfo) não fosse o instrumento da comunicação...
Ainda mais   alesada, eu indago... Qual é o  telefone do Lindolfo?
Muito paciente, Charlene Duvallier, explica: Lembras quando dizíamos uma frase no inicio da brincadeira e o último da fila tinha que reproduzir o que foi dito? Nunca, jamais, o que foi dito pelo primeiro foi dito pelo último, ou seja, quem conta um CONTO aumenta um PONTO.
Ahhhh! Entedi... Estava pensando que era outra coisa, que, os  doutores em Garantido, esse povo após a vírgula, seriam aqueles que puxam saco, exageram nos elogios, na intimidade e caem no ridículo constantemente.
Charlene grita. Esses também!
Não sei se tem muito  a ver com o que você esta falando, mas sei que as pessoas forçando uma simpatia, ou inteligência em areia movediça, caem em cada roubada que vou contar , aconteceu comigo um fato curioso, um exemplo clássico  quando a pessoas senta na janela sem saber a direção do sol
 “Na época em eu fui produtora de um programa de televisão, fomos a Parintins para cobertura do Festival em mil novecentos e bolinhas. Uma repórter da equipe, nova na profissão, foi escalada para fazer matérias lá no Garantido.  Batendo a pauta com ela eu disse: Amiga, você vai, entrevista a esposa do novo presidente do Garantido, ela é uma senhora, muito séria, fala pouco, e não esta acostumada com entrevistas, portanto, faça perguntas fechadas, pois essa senhora é conhecida por não ter muita paciência.”
Buscando criar uma diplomacia e educação, a repórter abriu a entrevista com a seguinte frase: Estamos aqui com a primeira dama do boi (dona...)
A entrevistada nem esperou o seu nome ser pronunciado, foi logo dando uma voadeira verbal na repórter: Tá me chamando de VACA? Pois a mulher do boi é a vaca, e esse não é o meu marido.
Todo mundo cho - ca - do... Gargalhada presa na garganta... Repórter nem desculpas conseguia pedir, olhava direto pra baixo... Voltamos para a base, calados o caminho todo.
Em silêncio, eu dizia para as minhas penas do cabelo... Eu avisei, não vai inventar moda, criar títulos, menções, brincadeiras... Pedi pra você fazer somente o óbvio, assim o risco de errar seria muito menor e teríamos a nossa pauta.
Olhei pra Charlene que estava gritando de rir... E pela primeira vez, eu Lydia Lucia encerrei a conversa.

Somos a piada na Notícia




Saindo de um encontro do bem, meu celular grita: Não atende, é confusão!!!.
E Charlene Duvallier vai logo perguntando: Você publicou algo sobre o bafinho no aeroporto Júlio Belém?
Ainda zonza tento dizer NÃO, ainda não. Mas Charlene Duvallier não ouve, sem pausa para respirar ela continua...
Faltam 36 dias para o 54º Festival Folclórico de Parintins e as manchetes que envolvem o maior espetáculo a céu aberto do Norte é o surto de uma pessoa que vive surtada? São os dodóis de viúvas que choram pelas vantagens perdidas, ou os queixumes dos que se julgavam insubstituíveis e foram preteridos? 
E o que você quer Charlene?
Quero a história do Boi de Parintins contada com detalhes reais, quero os seus heróis expostos nas galerias virtuais, gerando empatia, com esse povo de GOT... 
E tem mais, não quero saber o nome, sobrenome e quantas vezes o cidadão trocou de camisa e de boi por conta do vil metal, 
vamos GERAR notícia  saudável, positiva sobre a nossa cultura... 
Quero saber do Boi de Arena, das novidades, dos contratados e os CVs, do que estão sendo contratados pelo meu boi, e o que vão fazer... Quero ARMAS de verdade para provar que o contrario vai ser TRI.. turado e vendido como picadinho  no Mercado Municipal  Leopoldo Neves, de Parintins, no dia 02 de julho.
Charlene desliga e eu fiquei no vácuo. 


NÓS, O POVO!


Estava terminando o meu delicioso almoço e para minha surpresa ouço aquele toque: NÃO ATENDE, VOU-TE IRRITAR...!

Charlene Duvallier, animadíssima, pergunta: fofa, me responde sem pensar: e o tema NÓS, O POVO? Você gostou?
Tento responder... Mas falar mais rápido que Charlene Duvallier é uma missão impossível!!
Ela continua: Se não for uma viagem UNIVERSAL, CÓSMICA E INTERPLANETÁRIA, corremos o risco de nos vermos na arena em 2019. Chegou a hora de separar o menino do homem, o amador do profissional. 
Aproveito uma pausa para ela respirar e respondo: Charlene, a missão da Comissão de Artes (CA) é trazer um discurso forte de uso da arte como ferramenta de transformação social.
Charlene grita: Hã??? Novamente esse monte de palavras rebuscadas, que NÓS, O POVO, não entendemos a metade da tonelada que é discursada no espetáculo? 
Engasgando, na vergonha, peço desculpas. Você está corretíssima! Bom, eu acredito no tema como um recorte profundo em nossa própria historia, em nossas conquistas artísticas, culturais e sociais...
Charlene ironiza: Sério? Você consegue ver tudo isso mesmo?
Claro que sim! A brincadeira de boi-bumbá elevou a autoestima do nortista como um todo, mas principalmente do amazonense, que hoje se enfeita de penas e se pinta nas cores do seu Boi e vai para a guerra da felicidade. Socialmente nós interagimos com mais de 7.000 associados, buscando melhorias para a cidade de Parintins quando destacamos o turismo cultural, com ações praticadas o ano inteiro... Além de ARTISTA PARINTINENSE ser uma profissão reconhecida no Brasil Inteiro. 
Bravíssima, grita Charlene ao meu ouvido. Na ARENA, o que me interessa é o TITULO de campeão. 
Quero ver um BOI inteligente, forte, bonito, bem acabado, muito bem fundamentado na ARENA, quero receber NOTA 10 de todos os jurados. Não preciso de discurso filosofal, quero ação! 
Eu balbucio... Charlene Duvallier, por que você não se oferece como consultora da CA?
Charlene Duvallier vocifera ao meu ouvido: Eu estou APÓS A VÍRGULA...................., O POVO!
Eu, agora, sem apetite, reflito: Ainda bem que essa ligação não foi na madrugada!

Obs..: COMENTÁRIO É LIVRE... na publicação!!!! 

Saudade, palavra triste...




Hoje peço licença aos amigos do blog para chorar... Isso mesmo chorar a saudade de Paulo Emilio, meu grande amigo.

Conheci Paulo em 97, no curral do Garantido em Manaus. Parintinense, talentoso, inteligente, polêmico, apaixonado pelo Garantido... Sintonia imediata e perfeita entre nós...
Juntou-se a nós o Salgadinho, outro apaixonado pelo Garantido. Éramos um trio inseparável. Até mais ou menos  o ano de  2001, estávamos ligados diariamente, quer seja por telefone, ou nos encontros nas praças e lanchonetes. Falávamos de tudo, não havia barreiras ou tempo limite para nossas conversas, quase sempre quilométricas.

Nos tornamos uma dupla quando Sal fez o seu caminho de volta para casa. Perda dura para ambos e, na época, motivo para selarmos um pacto: dizer “sempre” da importância de um para o outro. Foram muitas batalhas, muitas descobertas, muitas tristezas, mas também infinitas e inesquecíveis alegrias.

Às vezes ele me perguntava: por que as pessoas olham pra mim e acham que estou com raiva sempre? Eu respondia na lata: Pqp, Paulo, você não sabe sorrir, fala alto demais e critica muito... Ele sorria meio sem graça e dizia: não fiz curso de ator, não posso fingir emoções. Mas eu sabia que criatura doce, maternal ele era... Sabia também que ele vivia uma profunda solidão...

Em sua trajetória, acompanhei a chegada e partida de muitos amores, dei palpites na construção da casa nova, na escolha dos nomes dos cachorros, discuti projetos dos quais não sabia bulhufas, mas que ele me detalhava com uma alegria juvenil.  E eu entendia na hora o que o meu amigo “megalomaníaco”, era  assim que os menos próximos classificavam o Paulinho, não conseguiam enxergar:  a visão futurista do grande arquiteto. Ele via sempre o futuro, o crescimento das cidades, da população e para tanto previa soluções. 

Em 2012, fui passar as férias em Manaus e mais uma vez meu amigo me fez mimos, foi ao shopping, ao Largo de São Sebastião, ao cinema, tomou sorvete, comeu pipoca  e ainda se propôs a comer caldeirada, o que até então não era a sua escolha preferida de culinária regional. Mas EU estava em Manaus, eu, a sua melhor amiga, sua companheira de tantas horas, aquela amiga que estava com a mão estendida sempre, com os braços abertos a toda hora... E ele sabia como poucos me fazer mimos e sacrifícios.

De minha parte, a recíproca era mais que verdadeira. Nos meus planos de ser feliz, ele desenhava a minha casa, planejava meu sonhado jardim de inverno, tomava banho de mar, pegava uma cor nas praias do Recife e festejava  mais uma vitória do Garantido, e desta vez no ano do centenário.

Agora, no auge do desabafo, eu te pergunto: Mas, Paulo Emilio Rodrigues Galvão, você não poderia ter me avisado do seu estado de saúde? Você não teve como me ligar do hospital? Foram trinta dias em um leito de hospital solitário, sem a minha mão quentinha, sem a minha presença quieta, velando pelo teu sono, ouvindo as tuas histórias, tirando o sorriso escondido do teu peito cansado, suavizando esse momento pessoal e doloroso.

Mas que droga de egoísmo! Que solidão é essa que afasta de ti quem te ama tanto quanto eu? Mesmo assim, após chorar horas e horas, canto bem baixinho nossa toada preferida, Luzes rubras... ” Quem não sonhou com as luzes rubras, iluminando o Garantido numa noite de esplendor. Quem acordou com a toada no embolo anunciando que o meu boi chegou “...

Durma bem meu amigo, tenha o descanso dos justos, daqueles que viveram a vida com a grande dádiva da honestidade e do caráter...
Saudades eternas...
De sua  amiga,
 Lydia Lucia.