PROCURADO


Dia 26 de Junho de 2011

Legendas:

Amarelo - Item campeão
Cinza Item empatado
1º Quadro Notas oficiais dos jurados
2º Quadro Notas validas (com o corte da menor nota), para o resultado do Festival

RESULTADO OFICIAL DO  FESTIVAL FOLCLÓRICO DE PARINTINS 2011

boi caprichoso - 1.258,6

BOI BUMBÁ GARANTIDO 1.258,8




Dia 25 de Junho de 2011

Legendas:

Amarelo - Item campeão

Cinza Item empatado

1º Quadro Notas oficiais dos jurados

2º Quadro Notas validas (com o corte da menor nota), para o resultado do Festival 

Dia 24 de Junho

 
Legendas:
Amarelo - Item campeão
Cinza Item empatado 
1º Quadro Notas oficiais dos jurados
2º Quadro Notas validas (com o corte da menor nota), para o resultado do Festival 


Bicho Papão é azul (assim como o Cavalo Marinho)...


Por Dulce Gusmão
(especial para o blog da Lydia Lucia)

A vida é feita de fluxo e refluxo, retração e expansão, movimentos que, dizem as línguas científicas, até mesmo criaram o universo como nós o conhecemos (ou desconhecemos). Para mim, chega a ser doloroso dizer, louca torcedora como sou, que o boi Garantido envia sinais de refluxo e retração enquanto o contrário apresenta na arena um quê de evidência de expansão.
E o problema é mesmo este para quem gosta do Festival de Parintins: a “expansão” – sempre equivocada e “sem cabeça” – do boi contrário. Toda vez que o contrário se considera no auge nos deparamos com escolhas “artísticas” no mínimo equivocadas para a manutenção do Festival como sonhamos: um estandarte das tradições indígenas e caboclas, a voz sonante de povos por tantas vezes silenciados, a representação da força e exuberância singulares da cultura e arte amazônicas.
Foi assim na década de 90: quando demos por fé as mãozinhas levantadas e bundinhas arrebitadas do pop-axé de um “ritmo quente” invadiram as ruas – principalmente as azuis - de Parintins em nome de uma suposta “popularização” do boi, que, assim, atravessaria rios e desaguaria em oceanos menos locais e mais nacionais. Quem não se lembra disso, deve apenas procurar conhecer algumas chamadas televisivas do Caprichoso da época. Com cuidado, é claro: elas fazem mal ao corpo, mente e alma de quem valoriza sua caboquice.
Mas como a cobra sempre morde o próprio rabo, o resultado foi o belo trabalho apresentado pelo Garantido em sua expansão, que mostrou ao contrário ser possível modernizar mantendo as tradições. A fórmula, que se provou eficaz em outras regiões do Brasil – vide o movimento manguebeat de Pernambuco – , exige que se valorize o regional para ser global, exige voz altiva para não calar o que nos faz únicos.
A correção de rumo do Garantido engrossou a peia que o contrário leva na arena e não gosta de admitir ou lembrar: 27 x 19 no placar do Festival. Desnecessário dizer que oito destes títulos foram conquistados neste período a que estou me referindo, entre 1997 e 2006.
Neste ano de 2011, nos deparamos com o mesmíssimo problema que, na apresentação de ontem, se ingerou principalmente – como diria o caboclo - em Lenda do Cavalo Marinho, um exemplo marcante do perigo que representa o contrário acéfalo para o Festival.
Escultura exuberante, o tal cavalo – todo mascarado de amazônico, apesar dos tons de roxo – representa simplesmente um viés cruel da colonização: aquele levado a cabo pelos evangelizadores que exterminaram várias culturas, e portanto, a diversidade social amazônica, em nome de Jesus e de algum dinheirinho a mais na bolsa. A tal lenda está no livro de um cônego, foi “emprestada” dos portugueses e regionalizada para fins exterminadores e, como o próprio site do contrário explica, quase ninguém em Parintins - ouso corrigir, na Amazônia -, lembra ou conhece...
Como este tal de cavalo foi parar no Festival de Parintins, que busca valorizar – ou pelo menos trazer à memória – a cultura de nações, por vezes, extintas? Pelas “Mãos sem Cabeça” do contrário, esta sim uma realidade apavorante, capaz de fazer correr mais do que o Mapinguari no meio da floresta!
Nossa sorte, sinceramente, é que estes suspiros de expansão do Caprichoso duram pouco e isto também é histórico. Resta a nós – loucos torcedores – torcer por nova correção de rumo do Garantido: aquela que nos faz ter certeza de que o Festival de Parintins será sempre criativo, peculiar e ousado sem a necessidade de gigantescos brilhos, paetês e equívocos. Um exemplo simples: a performance iluminada do ator e levantador de toadas Sebastião Júnior, que transformou a arena em verdadeiro palco de ópera popular, ao encenar, cantando a plenos pulmões, a conhecida lenda amazônica do boto, nossa verdadeiramente, com cheiro de mato e de beira de rio.

Primeira noite do Festival Folclórico de Parintins


Charlene, minha melhor e mais próxima amiga, aos berros no pé do meu ouvido... ”Fofa, o Garantido arrasou... cadê o post da primeira noite?”
Fã é fã em qualquer situação, estado emotivo ou não. Mas, ontem, realmente nos superamos na arena. O Garantido - vestido de guerreiro – veio pronto para lutar por mais um título. Foi paralisante...
A entrada das tribos coreografadas, fazendo parte do contexto cênico em movimento, (saindo do estado de paisagem, imóveis em um dos cantos do bumbódromo), foi LINDO. No próximo ano o invejoso vai imitar, mas só lembrando: DIREITO AUTORAL JÁ! Copia, contrário, mas cita a fonte.
Eu nem sempre gosto dos versos do amo do boi, mas ontem foi na veia, puxou do fundo de nossas gargantas palavras profundas e bem ditas.
O tema Miscigenação causou arrepios na contrariada, ciscando que nem galo e morrendo de inveja. Unimos a Amazônia em uma só batida, em um só compasso com o som da baixa da Xanda. Todo nortista está um pouco mais amazônida. O Garantido é o Boi da Amazônia e você que é do Norte do Brasil é sempre bem vindo... Pluralidade é isso...
O comentarista do Garantido, o diretor teatral Chico Cardoso, esbanjou conhecimento prestando auxilio valioso ao povo da Band, que poderia chegar um pouco antes da transmissão e pesquisar a história do Festival Folclórico de Parintins. É cada gafe que dá dó.
Quanto ao contrário, coitado, um azul desbotado na arena, uma imposição da mesmice em sua evolução, a arena em muitos momentos vazia, staff mais preocupado com a maquiagem individual de alguns itens, esquecendo a apresentação. O levantador de toadas foi realmente um item a parte... Querendo aparecer como sempre, gritava feito um bezerro desmamado. Sem graça, deu sono. Um ponto positivo do lado de lá foi ver o Carlos Paulain aguardando o filho Israel na dispersão: isso é amor.
Sem comentários para a performance da galera do contrário. Ou comento, Charlene? Se eu fosse jurada, nunca mais perdoaria a fuga em massa de ontem. Ou perdoaria? Vai ver eles foram embora porque a apresentação deu sono mesmo...
Somos infinitamente mais criativos. Chegamos na arena confiantes, tesos, prontos para assinar a melhor apresentação da primeira noite do Festival.

Garantido em festa


No dia 22 de junho, o Boi Bumba Garantido cumpre a promessa feita por Lindolfo a São João. Uma coisa muito difícil de cumprir; “Brincar de Boi” pelas ruas da pequena Parintins... É claro que hoje, agradecemos a devoção do religioso Monteverde.
Para desespero da contrariada mais um sucesso nas ruas da cidade do boi Bumbá. Recomendações a todos os camisas vermelhas residente, e chegando na ilha, sigam o Mestre; antes da farra, uma passada na ladainha da família Monteverde com todos os devotos de São João nos dia 24, as 16 horas, no curralzinho da Baixa de São José.

Hackers no meu blog

Amigos, fui vitima dos CHATOS E FILHOS DA P... dos hackers, mas nada de muito grave, minhas memorias continuam assim VIVAS

Ser Anfitriã


Ser anfitriã de Omar Gusmão tem sido um grande aprendizado. Alegria em ritmo juvenil (haja fôlego), amabilidade com as diferenças (sotaque então, oxi) e respeito pela diversidade cultural. E é justamente essa diversidade que me chamou atenção... Manaus essa cidade cabocla, multifacetada, cheia de encanto. Saudade é assim: marca a gente...
Um questionamento feito por Omar em plena visita a cidade do forró pernambucano, Caruaru, me deixou cheia de dúvidas. Em junho, Manaus apresenta uma infinidade de danças folclóricas nacionais e internacionais, que disputam, no Festival Folclórico do Amazonas o título de melhor nas diversas categorias como: cirandas, carimbós, quadrilhas, cacetinhos, danças internacionais, danças nordestinas e Boi Bumbá.
Então! Em minha opinião (totalmente pessoal) a “diversidade cultural” no Amazonas é mais bem representada como “pluralidade cultural”, ou seja, respeitar a diversidade cultural não significa incorporar algo como sua cultura. A pluralidade, no entanto, é totalmente incorporada: a cultura de outrem é vivida pela população nativa. Brincamos boi, brincamos ciranda, brincamos quadrilha, dançamos cangaço, xotes, dançamos a dança do café, da Caxemira, e etc.
E como diz o poeta Anibal Beça em sua poesia Abaixo assinado por amor a Manaus... “Toda cidade se habita como lugar de viver. Só Manaus é diferente nessa maneira de ser, pois em vez de morar nela é ela quem mora na gente. No sorriso ela se inventa, morada dos nossos sonhos, minha querida Manaus, mana maninha de encantos”.
Portanto, entendo em gênero, número e grau quando o meu hóspede diz: Quero chegar a tempo de assistir ao festival folclórico do C.S.U. do Parque 10.

Saudade de Parintins

É junho... graças a Deus, cheiro de coisa boa no ar, o colorido das bandeirolas e os balões nas vitrines desenham um sorriso sutil em meu rosto... Sinto saudade de casa.

A foto postada me leva à minha festa junina, a minha brincadeira de Boi; fui transportada para 1996, na Praça do Cristo, ao lado do meu querido Raul Góes... Gargalhando das minhas infantilidades sobre politica bovina, me achando a mais sonhadora das Alices. Eu, sonhando com mil projetos sociais para o Garantido e para o povo da Baixa, (sonhos de nova associada), ficava indignada; doidinha, nem sabia que ele só queria me preservar das desventuras que o futuro me traria, das traições e calúnias que sofreria.

Viajar de barco para Parintins era o máximo que poderíamos sonhar... Impagável a dança noturna das redes no barco do Mag, e as conversar fiadas no bar... Os fogos de artifícios nos recebendo como personalidades importantes do Festival. Muitas vezes eu chorei ao receber tanto carinho ao chegar à ilha.

Parintins era pura poesia. A primeira vez que comi bodó foi na casa da Natila, pescado e assado na hora. Mas a noite o ponto de encontro era no Americano. Paulo Emilio e eu, por fidelidade ao bar, tornamo-nos sócios, com direito a cadeira cativa e muita fofoca dentro e fora da temporada do boi. Eu tinha tanta moral, que ouvia Zé Ramalho, enquanto a cidade toda ouvia as toadas dos bumbás.

E o Ronam? Meu motorista de sempre, bastava ligar e avisar, “estou chegando!” e pronto! A pousada estava reservada, motorista no cais, e todas as novidades das personalidades da Ilha... Quem chegou, onde estava hospedado, e é claro aquelas coisas inconfessáveis de Parintins... Quem dormiu com quem, e quem ficou acordado (a) esperando quem... Nunca foi fofoca! Sempre era atualização de movimentação da Ilha. ADORAVAMOS, vivíamos cada minuto em Parintins.

Mas tem uma lembrança que jamais em tempo algum vou esquecer... Em uma das noites da alvorada do Boi, íamos caminhando lentamente seguindo o mar vermelho, em romaria , quando de repente, o Ray Monteverde me pegou pelo braço e disse: vamos vaqueiro vá trotar agora!... Como? Quem? Eu? Isso mesmo eu fui levada pelo coro, vai , vai você consegue, e pronto! E fui metida como sempre tentando dar aqueles pulinhos da vaqueirada em plena Rua Amazonas. Ainda bem que era só a nossa brincadeira de boi, era uma farra, eu só errava e levava chibatada do Ray (que hoje me lembra o bicho papão do filme Monstros S.A.).

E as imagens voltam com tanta intensidade que dói.

Como marca dos amigos de sempre (foto), ofereço Tadeu Garcia com a sua poesia LUZES RUBRAS.

Quem não sonhou com as luzes rubras
Iluminando o Garantido
Numa noite de esplendor
Quem acordou com a toada no embolo
Anunciando que o meu boi chegou
Os fogos de artifício começaram a explodir
O rubro mais intenso estará no céu
Mantendo as nuvens brancas no brilho do gel
É um véu da ansiedade que envolve em mim
O suspense de quem sempre espera por amor
O mundo de vermelho entra em turbilhão
A pele arrepia neste vendaval
Os olhos se transformam em bolhas de cristal
O som da batucada vem á audição
Bater muito mais forte no segredo de amar
Perceba na alma todo sentido, amor
É a sensação que ele chega à perfeição
Enquanto um brinquedo me torna criança
Não envelhece no tempo a lição
Vou brincar
Um passo ainda suave quer acelerar
Numa sincronia que o povo encarnado
Faz-se um corpo de dança
E canto esta toada
Como a mais bela inspiração de amor
Ao boi que um dia
Na alegria da infância me apaixonou.


OBS.: respondendo à minha querida Charlene,

Amiga, eu ouvi aquela coisa sem graça... a tal miss enganação...Fofa aquilo não é parodia nem aqui, nem em Parintins e nem na China... Aquilo é uma tentativa vulgar de ser engraçado... Mas aguarde! “Toada de desafio”, como sempre, vem do nosso lado criativo, de alto nível, o lado do Boi Garantido...