Foto: LydiLucia |
O meu olhar
apaixonado vem acompanhado de um choro sufocado, você veio pra luta meu boi
amado, mas como louca torcedora vou do 8 para 80, do amor ao ódio na velocidade
da luz. Então vamos fatiar essa história.
— Bom dia,
Charlene, estou gostado da sua clama, mas ainda acho que estou assistindo muito
ID.
— Bom dia pra
quem dorme, estou ingerida na Ilha, quero ser o tormento de alguns.
— Então você já
descobriu porque amamos tanto o boi Garantido?
— Sim, a minha
teoria é muito simples. Amamos o Boi Garantido Por que somos crianças grandes,
ingênuas que acreditam em promessas de presidentes. E vendo o espetáculo da
arena afirmo sem chance de erro. Não! O Garantido não estava 90% pronto, não o
Garantido não precisava só de mais 2milhões e meio de reais, para entrar na
arena.
— Como assim,
não precisava só dos reais a mais?
— Garantido
precisava de planejamento, organização, o Garantido precisava de LIDERANÇA, de
uma voz maior que só vem com a experiência de muitos festivais e o ouvido da
humildade aberto para críticas e questionamentos.
— Amiga,
assistindo pela A crítica achei tudo bem-bom!
— Baíra,
parabeniza a TV A crítica que vende o melhor espetáculo do mundo, mas você sabe
que a televisão é uma caixa magica que vende a melhor imagem para o consumidor.
— Chocada, o que
você viu que te deixou tão azedinha?
— Azedinha? Sou
o limoeiro inteiro, com o que vi na arena foram alegorias imensas, sem
funcionamento, quebrando, derrubando e rasgando os nossos sonhos de manter a
cabeça no corpo longe das mãos do inimigo.
— Charlene
Duvallier, segura essa língua, logo, logo, o povo vai voltar a dizer que és
torcedora de diretoria.
— E eu me
importo com a opinião de quem não sabe dizer nada além de:, sim, senhor! Me
poupe dessa hipocrisia cega e monetária. E em mais de diretoria é VOCÊ que fica
aplaudindo esses espetáculos de bizarrices apresentados na arena, e
justificando que fez o melhor no que se tinha para trabalhar. Esse ano foi a
maior verba disponível para o boi de arena… com tempo suficiente para
trabalhar, mas como não temos prestação de contas, não sabemos como é nem para
onde foi o dinheiro que deveria ir para arena.
— Minha miguxa,
mas nada lhe agradou nessa primeira noite?
— Ah! Muitas
coisas que o dinheiro não compra, como, por exemplo: assistir tia Maria
Monterverde, caminhando de pé (bem que poderia ir sozinha, pra que mais uma
acompanhante na arena? Esse povo inventa moda à toa) A paixão alucinante que
nos leva ao delírio quando o nego Reck dá as três batidas no seu Treme Terra,
arrepiando a alma e nos chamando para a luta. Daí eu tenho a certeza que pode
vir o que vier, somos vermelhos, somos encarnados, somos formiga-de-fogo nesse
formigueiro que se chama Festival Folclórico de Parintins.
Os nossos itens
individuais são o símbolo da paixão, da superação, da honra em ser do Boi
Garantido, vamos fatiar?
1.
A Edilene Tavares, nesta primeira noite você foi
a superação de todas as nossas dores, entrando altiva, incorporando a rainha
que és e trazendo para arena a determinação de fazer a sua melhor apresentação.
Meu Cristal da Baixa, muito obrigada por ser exemplo de vermelho e branco.
2.
Isabele Nogueira, a mais elegante das cunhãs,
que pra mim, ao tirar o sutiã, deu o meu grito de liberdade, soltou todas as
amarras que engessam o nosso Boi nesses dois últimos anos.
3.
Foi adorável ver a molecagem do travesso amo do
Boi Garantido. JP em teus versos vejo a minha marra pra cima do contrário, e
daí se eles ficam putinhos?
4.
Paketá, meu adorado Paketá, um item, com
planejamento próprio, que sabe onde está indo e para onde deve ir.
5.
Batista, a tua vitalidade às vezes me causa
pânico, é um garantido tão elétrico, enxerido que acho que vai mesmo voar.
6.
Valentina Coimbra, hoje, na segunda noite, você
terá a oportunidade de mostrar para todos nós a sua evolução, o seu carisma e
simpatia. Não é possível que os doutores do boi e o Alecrim Dourado não entendam
que: parar o espetáculo para homenagens é roubar o tempo de evolução de alguém
e foder o item que encerra a noite.
— Charlene, você não pode fechar o post com palavrões.
— Tudo bem, Baíra, chamar palavrão não pode, mas usar cadeira de plástico
na arena pode! Por que não usou um banquinho de madeira?
Antes do fim. Gente!!! O que estava escrito naquelas faixas verdes? E as
bandeiras com nomes dos patrocinadores poluíndo a visão que poderíamos ter da
galera. Ai, ai, ai, é muita modernidade pra minha cabeça aceitar de uma só vez.