Não tenho inveja, tenho amor!



Outro dia Charlene Duvallier  me perguntou: Lydia Lucia você conhece a inveja?
Eu respondi imediatamente: não!
Depois, com calma e muito lentamente, fui lembrando-me de quantas vezes vivi a inveja.
Por muito tempo eu tive inveja das pessoas boas, altruístas, aquelas benevolentes que riem à toa.
Crescendo mais um pouquinho, vivi a inveja de pessoas que tinham amigos duradouros, que perdoavam tudo, que recomeçavam todo dia, de maneira mais leve, com um sol saltando em seus olhos.
Cresci mais um tiquinho e vivi a inveja das pessoas que tinham muita fé, que rezavam pelo próximo, pela comunidade e pelo mundo.
Passei anos vivendo das pessoas que sabiam amar... Nossa! Como eu sofria por não amar, por não entender essa cegueira desmedida de quem ama.
Cresci, fiquei grávida, pari, virei mãe...
Conheci a bondade... Dei a vida a outro ser humano, era o melhor de mim, minha essência vivendo fora do meu corpo em outra pessoinha... Olhava com amor, velava o sono, me emocionava com o cheiro, choro, novas descobertas.
A cada fase de crescimento de minhas filhas, eu também crescia... Diariamente me reinventava, renascia e a cada dia melhor um pouquinho.
Descobri o poder da oração, o valor que tem saber dobrar os joelhos em estado de humildade a cada noite de medo causado pelas doenças que assombravam meus bebês. Pedia em oração que Deus deixasse as dores em mim, que já estava acostumada, mas nunca em minhas filhas.
Como mãe, descobri que tenho uma enorme capacidade de perdoar, de cumplicidade, de compreensão incondicional, de rir à toa, de guardar o melhor pedaço, arrumar as roupas deixadas ao longo do caminho, e ser feliz, mesmo quando elas casam vão embora e começam a sua própria historia. Acho que isso é amor.
Hoje, vejo que as minhas invejas eram sintomas de grande admiração por qualidades em pessoas queridas e que me inspiraram a despertar o melhor lado humano que tenho: cumplicidade, companheirismo, fidelidade e empatia.
Portanto, minha amiga, mesmo respondendo por impulso: Não tenho inveja, tenho amor!


Charlene Duvallier, GALEROSA!




Garantido campeão, abrindo o novo centenário.



E Charlene me liga às 6h da manhã para dizer: Sou Item 19, a melhor GALERA DO FESTIVAL!!! E a metralhadora é disparada.
- Que Galera é aquela, não para nunca, não sossega, não cansa e não cala. Amiga, cheguei às 11 na fila, pois sou BUNITA. Fiz amizade na madrugada com o povo da fila, e me comprometi em levar um lanchinho para os novos amigos. Levei um brunch, por que sou fina.
Sério Charlene, você é fina indo para a Galera na área gratuita?
Claro, fui item, fiz a diferença, fui sangue suor e paixão... E não venha com esse preconceito safado  de que somente pobre vai para as arquibancadas do povão... Isso é balela, eu sou RICA e fui. Essa gratuidade faz toda a diferença para os verdadeiros torcedores, para todos aqueles que querem sentir na pele o arrepio da arena, curtir o festival no zero oitocentos é outro nível. Torcedores apaixonados interagindo dando o tom na arena, vibrando, contagiando o colega que está ao lado, mandando energia para os demais itens em evolução... isso não tem preço.
Conhecer melhor a galera mudou a forma de ver o trabalho do Comando Garantido, a preocupação com a segurança dos 18 mil torcedores da galera (seis mil por noite), o estudo dos desenhos cênico-coreográficos, o cuidado com a distribuição dos kits... Tudo matematicamente estudado, pois na galera estão pessoas diversas, que nunca se viram antes, que muitas vezes estão pela primeira vez no festival e conseguir que todos sem ensaio prévio façam a mesma coreografia, sigam os animadores de galera é lindo!
Tem que ir é pra GALERA aquele que diz ser torcedor de verdade. Sou Item 19 do Boi Garantido!!!
Charlene Duvallier desliga o telefone gritando: vai tremer, o chão vai tremer...