Paulinho sempre DÚ SAGRADO

No compasso da emoção 

Ao longe ouvi ressoar
Os tambores do Boi Garantido
Chamando outra vez o seu povo aguerrido
Pra um novo duelo travar
Bandeiras se agitam no ar
Onde ecoa um canto bonito
Da minha galera
Em pleno delírio ao ver seus brincantes
Na arena chegar
Rufa, ribumba tambor faz tremer este chão
Bate meu coração no compasso da emoção
Reina meu Boi Garantido
Maior dos bumbás
Mostra pro mundo esta festa
Dos tupinambás.

Acredito que todos os torcedores do Garantido, os normais e os LOUCOS TORCEDORES como eu, cantam a plenos pulmões a toada “no compasso da emoção”. Eu choro, desafino, viajo no compasso... TOADA é isso! É emoção pura... E, se a batucada é o coração do nosso boi, as toadas atuam como SANGUE, fazendo pulsar esse frenesi que percorre nossos corpos, vibrando no ritmo dos toques do tambor.


Estou inspirada? Sim, claro. Meu post hoje fala de um homem pequeno, cabeludo, que ao falar dá a impressão de estar sempre tirando um sarro de tudo... PAULINHO DÚ SAGRADO.


Conheci Paulinho em 97. Viajávamos juntos no barco do MAG, com destino a Parintins. Muito tímido, me deu uma aula de inspiração. Essa conversa foi transcrita para um projeto “jornal do MAG”, nunca foi publicada, mas nossa amizade ficou estruturada naquele momento...


O jeito nasal, tipo de quem masca chiclete ao falar pronunciando “Lydia Lúcia”, jamais foi esquecido. Contou-me várias histórias:


Quando foi Jesus Cristo e saiu cobrindo na porrada o soldado romano que insistia em lhe chicotear; o seu medo helênico de visagens... Alertou-me logo de cara... Lydia Lucia toma cuidado em Parintins, tudo vira lenda! Tipo assim, é uma lenda que eu tenha que “fumar” para poder ter inspiração. Isso é lenda, pois eu já nasci inspirado.


E hoje, eu me pergunto cadê Paulinho? Cadê o Dú Sagrado? Gente talentosa como ele não pode se calar, não pode aposentar a caneta...


Paulinho está no meu coração e, tenho certeza, no coração agradecido de toda a galera vermelho e branca que conhece e valoriza a história de seu boi campeão.


Paulinho Dú Sagrado pertence à galeria dos grandes compositores do Garantido. Precisamos continuar a valorizar essa qualidade sanguínea, emocionalmente vital para embalar poeticamente o nosso supremo amor por nosso boizinho, nosso brinquedo de São João.

Charlene Duvallier e o bafon da camiseta


Fui sacudida por Charlene impacientemente ao telefone assim de cara:
- Mandei por teu email um pfd com a entrevista da Chris Reis com o traíra.
Gente, eu estudo pela manhã, e não tenho mil olhos ou quatro mil ouvidos, como Charlene, mas saí da sala de aula para ouvir as últimas da fofa.

Segundo Charlene, o “bafon” do face do Sabá rendeu horrores e pavores, de todos os lados (rsrsrsr).
Abro um parêntese para explicar aos leitores sobre o que rolou no face: Uma imagem do levantador de toadas do Garantido com a seguinte frase “eu canto, eu danço, eu venço! Pena que o contrario não vê”.

Baixei no meu tablete o pdf e li na universidade mesmo a matéria do jornal.

Reproduzo aqui um trecho da materia do caderno Platéia.

EM TEMPO: Algumas pessoas dizem que a participação do levantador do bumbá contrário (que canta e dança) marca uma nova fase no festival. Qual sua opinião?

DA - O que o Sebastião Júnior faz o Arlindo já fazia há muito tempo. O regulamento diz que o que é julgado é: extensão vocal e interpretação da toada. Em nenhum momento fala que precisa pular e dançar.

EM TEMPO: Para finalizar, o que você acha das brincadeiras e “tirações de sarro” entre os bumbás?

DA - A brincadeira sempre foi alimentada pela rivalidade, mas quando parte para preconceitos passa a ser pessoal.

Nem bem tinha acabado a leitura e meu celular toca... Era a minha mais intima amiga Charlene Duvallier insistindo em comentar o assunto. Saí da sala de aula e fui para o jardim ouvir os queixumes da fofolete.

Essa Chris Reis é das minhas, sendo torcedora do garantido, mulher, baixinha e atrevida. Ficou face a face com o traíra e conseguiu ser elegante, serena e muito profissional para abordar diretamente o o blurei do lado de lá.

Amiga, ficou feio pra caramba aquela mensagem na camisa do Sabá, fico imaginando as frases que podem ser criadas... Vixi é melhor nem mexer nesse vespeiro.

E Charlene continuou...

Não sou mais fã do David Assayag, aquelas mágoas antigas e profundas permanecem gritando no meu peito, mas vamos dar a César o que é de Cesar... (não, não é o Brutus!). David foi preciso... “a brincadeira” deve permanecer no campo da inteligência. Tirar sarro do outro no campo da leviandade mexendo com suas limitações é no mínimo golpe baixíssimo e pouco inteligente.

Imploro para minha amiga desligar o celular, estou cheia de fome e ela larga mais uma de suas pérolas: O pior cego é, dizem as boas línguas, aquele que não quer ver, e eu pergunto:

A diretoria do Garantido tem orientado os seus itens sobre como devem se comportar publicamente?

OBS: PARABÉNS A TODAS AS MULHERES PORRETAS LEITORAS DO BLOG.