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A Primeira Noite do Vermelho e Branco em 2023

 

 

Foto: LydiLucia

O meu olhar apaixonado vem acompanhado de um choro sufocado, você veio pra luta meu boi amado, mas como louca torcedora vou do 8 para 80, do amor ao ódio na velocidade da luz. Então vamos fatiar essa história.

— Bom dia, Charlene, estou gostado da sua clama, mas ainda acho que estou assistindo muito ID.

— Bom dia pra quem dorme, estou ingerida na Ilha, quero ser o tormento de alguns.

— Então você já descobriu porque amamos tanto o boi Garantido?

— Sim, a minha teoria é muito simples. Amamos o Boi Garantido Por que somos crianças grandes, ingênuas que acreditam em promessas de presidentes. E vendo o espetáculo da arena afirmo sem chance de erro. Não! O Garantido não estava 90% pronto, não o Garantido não precisava só de mais 2milhões e meio de reais, para entrar na arena.

— Como assim, não precisava só dos reais a mais?

— Garantido precisava de planejamento, organização, o Garantido precisava de LIDERANÇA, de uma voz maior que só vem com a experiência de muitos festivais e o ouvido da humildade aberto para críticas e questionamentos.

— Amiga, assistindo pela A crítica achei tudo bem-bom!

— Baíra, parabeniza a TV A crítica que vende o melhor espetáculo do mundo, mas você sabe que a televisão é uma caixa magica que vende a melhor imagem para o consumidor.

— Chocada, o que você viu que te deixou tão azedinha?

— Azedinha? Sou o limoeiro inteiro, com o que vi na arena foram alegorias imensas, sem funcionamento, quebrando, derrubando e rasgando os nossos sonhos de manter a cabeça no corpo longe das mãos do inimigo.

— Charlene Duvallier, segura essa língua, logo, logo, o povo vai voltar a dizer que és torcedora de diretoria.

— E eu me importo com a opinião de quem não sabe dizer nada além de:, sim, senhor! Me poupe dessa hipocrisia cega e monetária. E em mais de diretoria é VOCÊ que fica aplaudindo esses espetáculos de bizarrices apresentados na arena, e justificando que fez o melhor no que se tinha para trabalhar. Esse ano foi a maior verba disponível para o boi de arena… com tempo suficiente para trabalhar, mas como não temos prestação de contas, não sabemos como é nem para onde foi o dinheiro que deveria ir para arena.

— Minha miguxa, mas nada lhe agradou nessa primeira noite?

— Ah! Muitas coisas que o dinheiro não compra, como, por exemplo: assistir tia Maria Monterverde, caminhando de pé (bem que poderia ir sozinha, pra que mais uma acompanhante na arena? Esse povo inventa moda à toa) A paixão alucinante que nos leva ao delírio quando o nego Reck dá as três batidas no seu Treme Terra, arrepiando a alma e nos chamando para a luta. Daí eu tenho a certeza que pode vir o que vier, somos vermelhos, somos encarnados, somos formiga-de-fogo nesse formigueiro que se chama Festival Folclórico de Parintins.

Os nossos itens individuais são o símbolo da paixão, da superação, da honra em ser do Boi Garantido, vamos fatiar?

1.       A Edilene Tavares, nesta primeira noite você foi a superação de todas as nossas dores, entrando altiva, incorporando a rainha que és e trazendo para arena a determinação de fazer a sua melhor apresentação. Meu Cristal da Baixa, muito obrigada por ser exemplo de vermelho e branco.

2.       Isabele Nogueira, a mais elegante das cunhãs, que pra mim, ao tirar o sutiã, deu o meu grito de liberdade, soltou todas as amarras que engessam o nosso Boi nesses dois últimos anos.

3.       Foi adorável ver a molecagem do travesso amo do Boi Garantido. JP em teus versos vejo a minha marra pra cima do contrário, e daí se eles ficam putinhos?

4.       Paketá, meu adorado Paketá, um item, com planejamento próprio, que sabe onde está indo e para onde deve ir.

5.       Batista, a tua vitalidade às vezes me causa pânico, é um garantido tão elétrico, enxerido que acho que vai mesmo voar.

6.       Valentina Coimbra, hoje, na segunda noite, você terá a oportunidade de mostrar para todos nós a sua evolução, o seu carisma e simpatia. Não é possível que os doutores do boi e o Alecrim Dourado não entendam que: parar o espetáculo para homenagens é roubar o tempo de evolução de alguém e foder o item que encerra a noite.

— Charlene, você não pode fechar o post com palavrões.

— Tudo bem, Baíra, chamar palavrão não pode, mas usar cadeira de plástico na arena pode! Por que não usou um banquinho de madeira?

Antes do fim. Gente!!! O que estava escrito naquelas faixas verdes? E as bandeiras com nomes dos patrocinadores poluíndo a visão que poderíamos ter da galera. Ai, ai, ai, é muita modernidade pra minha cabeça aceitar de uma só vez.

 

Charlene Duvallier em Parintins!

 



Charlene Duvallier anda muito quieta, então resolvi ligar para a minha miguxa.


— Oi! fofa, por que me incomodas?

— Poxa! Eu só estou com saudades!

— E tu pensas que acredito? Leio o blog, Caninana, e vejo o quanto reclamas de mim… logo eu que só te trago informações saudáveis.

— O que estás fazendo?

— Não quero contar, chega de fofoca em meu entorno!

— Hummm, ai vem bomba. Fala logo Charlie, eu descubro de qualquer maneira.

— Tá bom, mas sem show… vou pra Parintins!

— Hã??? Mas combinamos que não iríamos. O que te fez mudar de ideia tão rápido.

— O Boi Boiola...

— Charlene Duvallier, conta essa história direitinho, por favor.

— Fofa, eu quero ser Item do Boi de Parintins, e o Boiola é da Ilha da Magia, do Mundo Rosa, não tem preconceito, não sente inveja (da minha perfeição), um boi de inclusão (não de intrusão)

— Charlie, você não é gay, e o Boi Boiola é um boi de inclusão para pessoas de orientação LGBTQIAP+

— Fofa, sou sim e estou na letra P, serei ‘item’ no evento do dia 17 de junho.

— Charlie NÃO FAÇA ISSO! Qual a sua fantasia? Que Item você representará? Onde você ficará hospedada?????

— sou a GAROTA VISITANTE e fico na casa da minha amiga Suzy Sullivan , linda igual a mim, e pra você que ficou curiosa sobre o que é o P da sigla LGBTQIAP+, Leia, aprende e escolhe a tua letra e vem pro boi Boiola, o Boi da Grelhação!






LGBTQIAP+

· L: Lésbicas
Mulheres que sentem atração sexual e afetiva por outras mulheres.

· G: Gays
Homens que sentem atração sexual e afetiva por outros homens.

· B: Bissexuais
Pessoas que sentem atração sexual e afetiva por homens e mulheres.

· T: Transexuais
Pessoas que assumem o gênero oposto ao de seu nascimento. Uma identidade ligada ao psicológico, e não ao físico, pois nestes casos pode ou não haver mudança fisiológica para adequação.

· Q: Queer
Sempre foi usada como uma ofensa para a comunidade LGBTQIA+, no entanto, as pessoas do grupo se apropriaram do termo hoje é uma forma de designar pessoas que não se encaixam à heterocisnormatividade, a imposição compulsória da heterosexualidade e da cisgeneridade.

· I: Intersexo
Pessoas que não se adéquam à forma binária (feminino e masculino) de nascença. Ou seja, seus genitais, hormônios, etc. não se encaixam na forma típica de masculino e feminino.

· A: Assexual
Pessoas que não possuem interesse sexual. Por vezes, esse grupo pode ser também arromântico ou não, ou seja, ter relacionamentos românticos com outras pessoas.

· P: Pansexual
Pessoas que desenvolvem atração física, amor e desejo sexual por outras pessoas independentemente de sua identidade de gênero.

· +
O mais serve para abranger as demais pessoas da bandeira e a pluralidade de orientações sexuais e variações de gênero.



O B
oi Boiola é um lembrete de que somos todos iguais e que todos nós temos um papel a desempenhar para fazer de nossa cidade um lugar melhor para todos.





Amanhã, não é o Dia D!


 

Charlene Duvallier, liga com voz pesada.

— Fofa, alguém anotou a placa do caminhão baú que me atropelou?

— Charlie, detesto os teus exageros alcoólicos, ainda não entendo esse fascínio por álcool.


— Corrigindo… fofa! Bebida alcoólica, álcool sozinho, solitário, só você que usa para se livrar do Covid e estás correta. Gosto e uso as coisas em dupla, casadinhas, coladinhas.

— Charlene, de onde você está me ligando?

— Não faço ideia, só sei que sair da feijoada do MAG, carregada por alguém que tinha cheiro de cerveja.

— Observe o quanto você se coloca em risco, saindo com desconhecido.

— Aí fofa, isso é inveja, você que escolhe ficar em casa enquanto a Terra gira em torno de mim.

— Tá bom! Alecrim dourado, amanhã estamos na produção do Panavueiro, na Orla São Raimundo, e você está de ressaca, chata, intolerante, pisando nos cascos.

— Eu? Imagina!! Passei horas e horas, trocando várias ideias com Santo Antônio (o original) combinamos até de beber umas e mais dez, vê o pôr do sol, com a moldura daquela ponte que vai do nada prá lugar nenhum. Fiz pacto (promessa é coisa de quem mente) de chegar às 17h, toda no estilo caipirinha (gosto também) pra sair desse zero a zero… e já avisei geral, vai ter peruada de Charlene Duvallier no Panavueiro.


               
   
— Charlene Duvallier te preserva! É Dia dos Namorados, dia do amor!

— Sério???  Égua!!  Esse Antônio era fake também????? Ele me disse que era o dia D.., onde os absurdos são possíveis e permitidos.


Eles que LUTEM






De: Charlene Duvallier
Para: o Blog da Lydia Lucia

Agora eu posso, sou dona do teclado!!! kkkk
Que saudade, que coisa boa voltar a falar com vocês, vamos aos fuxicos que rolam na casa de Mãe Joana.
Não preciso lembrar que“Somos formiga de fogo nesse formigueiro” ¹
Coisa rápida... em mil novecentos e bolinha mestre Lindolfo já profetizava: Já sou campeão da terra, vou ser campeão lunar...logo, não adianta esperniar... somos fodásticos.
Cronologia de sucessos: 1992 Braulino Lima , em uma entrevista sobre o festival folclórico de Parintins apresenta para o Brasil, no FANTASTICO, a toada Tic Tic Tac. Em 1994, a Banda Carrapicho grava a toada do Boi da Baixa e explode para o mundo o ritmo do Boi- Bumbá. A toada foi executada de Norte a Sul do Brasil, na França, Alemanha, Bélgica, Suíça, Polônia, Israel e até ao Líbano.
Lição 1... de Parintins para o mundo VER, CANTAR, DANÇAR E AMAR...
Tic Tic Tac...

Daniel Lopes e Monique Simon https://www.youtube.com/watch?v=bbefOeNBlk8

Entendeu Smurfs queridos.? E tem mais... vamos gravar CD DUPLO sim. Vamos cantar toada antologica na arena sim e D A Í ? ? ? As toadas SÃO NOSSAS! Não pegamos carona no sucesso de ninguém.
Então não vai pro feicibuque, o muro das lamentações, passar vergonha, fica feio...
E para encerrar o post de hoje: Mano, pode levar a tua pizza que o prato do dia é BODÓ COM PIRACUÍ...sou perreché RAIZ.[[[[
Ahhhh!!! quem é que tem que lutar pra ter sucesso mesmo?????
Gostou do Blog? Compartilha com os amigxs... Não gosto do Blog? Compartilha com os inimigxs e diz que é bom pra carai...
Foi rápido? Estou de férias....


*1- Trecho da Toada Amerindia dos Baiás 

Doutores em Garantido


Em uma conversa muito interessante com Charlene Duvallier, ela me questiona sobre memórias do povo Garantido.
E Charlene começa a sabatina: Fofa como é que você consegue ficar séria quando esses doutores em Garantido jogam suas teorias históricas pra você?
Charlene, para início de conversa,  quem são os doutores em Garantido?
Minha debochada amiga cai na gargalhada... São aquelas pessoas que a farinha cria ( rsrsr) . O povo (após a vírgula) que chegou hoje, já sentou na janela, e sai por aí reproduzindo as histórias que ouvem nas esquinas, nos mercados, nas salas com ar condicionado e falam como se tivessem vivido o fato.
Eu, completamente boba, argumento: Mas o que tem isso de errado?
Charlene irônica, responde: nada... Se o telefone sem fio (aquele da época do Lindolfo) não fosse o instrumento da comunicação...
Ainda mais   alesada, eu indago... Qual é o  telefone do Lindolfo?
Muito paciente, Charlene Duvallier, explica: Lembras quando dizíamos uma frase no inicio da brincadeira e o último da fila tinha que reproduzir o que foi dito? Nunca, jamais, o que foi dito pelo primeiro foi dito pelo último, ou seja, quem conta um CONTO aumenta um PONTO.
Ahhhh! Entedi... Estava pensando que era outra coisa, que, os  doutores em Garantido, esse povo após a vírgula, seriam aqueles que puxam saco, exageram nos elogios, na intimidade e caem no ridículo constantemente.
Charlene grita. Esses também!
Não sei se tem muito  a ver com o que você esta falando, mas sei que as pessoas forçando uma simpatia, ou inteligência em areia movediça, caem em cada roubada que vou contar , aconteceu comigo um fato curioso, um exemplo clássico  quando a pessoas senta na janela sem saber a direção do sol
 “Na época em eu fui produtora de um programa de televisão, fomos a Parintins para cobertura do Festival em mil novecentos e bolinhas. Uma repórter da equipe, nova na profissão, foi escalada para fazer matérias lá no Garantido.  Batendo a pauta com ela eu disse: Amiga, você vai, entrevista a esposa do novo presidente do Garantido, ela é uma senhora, muito séria, fala pouco, e não esta acostumada com entrevistas, portanto, faça perguntas fechadas, pois essa senhora é conhecida por não ter muita paciência.”
Buscando criar uma diplomacia e educação, a repórter abriu a entrevista com a seguinte frase: Estamos aqui com a primeira dama do boi (dona...)
A entrevistada nem esperou o seu nome ser pronunciado, foi logo dando uma voadeira verbal na repórter: Tá me chamando de VACA? Pois a mulher do boi é a vaca, e esse não é o meu marido.
Todo mundo cho - ca - do... Gargalhada presa na garganta... Repórter nem desculpas conseguia pedir, olhava direto pra baixo... Voltamos para a base, calados o caminho todo.
Em silêncio, eu dizia para as minhas penas do cabelo... Eu avisei, não vai inventar moda, criar títulos, menções, brincadeiras... Pedi pra você fazer somente o óbvio, assim o risco de errar seria muito menor e teríamos a nossa pauta.
Olhei pra Charlene que estava gritando de rir... E pela primeira vez, eu Lydia Lucia encerrei a conversa.