Charlene Duvallier, liga com voz pesada.
— Fofa, alguém anotou a placa do caminhão baú que me atropelou?
— Charlie, detesto os teus exageros alcoólicos, ainda não entendo esse fascínio por álcool.
— Corrigindo… fofa! Bebida alcoólica, álcool sozinho, solitário, só você que usa para se livrar do Covid e estás correta. Gosto e uso as coisas em dupla, casadinhas, coladinhas.
— Charlene, de onde você está me ligando?
— Não faço ideia, só sei que sair da feijoada do MAG, carregada por alguém que tinha cheiro de cerveja.
— Observe o quanto você se coloca em risco, saindo com desconhecido.
— Aí fofa, isso é inveja, você que escolhe ficar em casa enquanto a Terra gira em torno de mim.
— Tá bom! Alecrim dourado, amanhã estamos na produção do Panavueiro, na Orla São Raimundo, e você está de ressaca, chata, intolerante, pisando nos cascos.
— Eu? Imagina!! Passei horas e horas, trocando várias ideias com Santo Antônio (o original) combinamos até de beber umas e mais dez, vê o pôr do sol, com a moldura daquela ponte que vai do nada prá lugar nenhum. Fiz pacto (promessa é coisa de quem mente) de chegar às 17h, toda no estilo caipirinha (gosto também) pra sair desse zero a zero… e já avisei geral, vai ter peruada de Charlene Duvallier no Panavueiro.
— Charlene Duvallier te preserva! É Dia dos Namorados, dia do amor!
— Sério??? Égua!! Esse Antônio era fake também????? Ele me disse que era o dia D.., onde os absurdos são possíveis e permitidos.