Primeira noite do Festival Folclórico de Parintins


Charlene, minha melhor e mais próxima amiga, aos berros no pé do meu ouvido... ”Fofa, o Garantido arrasou... cadê o post da primeira noite?”
Fã é fã em qualquer situação, estado emotivo ou não. Mas, ontem, realmente nos superamos na arena. O Garantido - vestido de guerreiro – veio pronto para lutar por mais um título. Foi paralisante...
A entrada das tribos coreografadas, fazendo parte do contexto cênico em movimento, (saindo do estado de paisagem, imóveis em um dos cantos do bumbódromo), foi LINDO. No próximo ano o invejoso vai imitar, mas só lembrando: DIREITO AUTORAL JÁ! Copia, contrário, mas cita a fonte.
Eu nem sempre gosto dos versos do amo do boi, mas ontem foi na veia, puxou do fundo de nossas gargantas palavras profundas e bem ditas.
O tema Miscigenação causou arrepios na contrariada, ciscando que nem galo e morrendo de inveja. Unimos a Amazônia em uma só batida, em um só compasso com o som da baixa da Xanda. Todo nortista está um pouco mais amazônida. O Garantido é o Boi da Amazônia e você que é do Norte do Brasil é sempre bem vindo... Pluralidade é isso...
O comentarista do Garantido, o diretor teatral Chico Cardoso, esbanjou conhecimento prestando auxilio valioso ao povo da Band, que poderia chegar um pouco antes da transmissão e pesquisar a história do Festival Folclórico de Parintins. É cada gafe que dá dó.
Quanto ao contrário, coitado, um azul desbotado na arena, uma imposição da mesmice em sua evolução, a arena em muitos momentos vazia, staff mais preocupado com a maquiagem individual de alguns itens, esquecendo a apresentação. O levantador de toadas foi realmente um item a parte... Querendo aparecer como sempre, gritava feito um bezerro desmamado. Sem graça, deu sono. Um ponto positivo do lado de lá foi ver o Carlos Paulain aguardando o filho Israel na dispersão: isso é amor.
Sem comentários para a performance da galera do contrário. Ou comento, Charlene? Se eu fosse jurada, nunca mais perdoaria a fuga em massa de ontem. Ou perdoaria? Vai ver eles foram embora porque a apresentação deu sono mesmo...
Somos infinitamente mais criativos. Chegamos na arena confiantes, tesos, prontos para assinar a melhor apresentação da primeira noite do Festival.

Garantido em festa


No dia 22 de junho, o Boi Bumba Garantido cumpre a promessa feita por Lindolfo a São João. Uma coisa muito difícil de cumprir; “Brincar de Boi” pelas ruas da pequena Parintins... É claro que hoje, agradecemos a devoção do religioso Monteverde.
Para desespero da contrariada mais um sucesso nas ruas da cidade do boi Bumbá. Recomendações a todos os camisas vermelhas residente, e chegando na ilha, sigam o Mestre; antes da farra, uma passada na ladainha da família Monteverde com todos os devotos de São João nos dia 24, as 16 horas, no curralzinho da Baixa de São José.

Hackers no meu blog

Amigos, fui vitima dos CHATOS E FILHOS DA P... dos hackers, mas nada de muito grave, minhas memorias continuam assim VIVAS

Ser Anfitriã


Ser anfitriã de Omar Gusmão tem sido um grande aprendizado. Alegria em ritmo juvenil (haja fôlego), amabilidade com as diferenças (sotaque então, oxi) e respeito pela diversidade cultural. E é justamente essa diversidade que me chamou atenção... Manaus essa cidade cabocla, multifacetada, cheia de encanto. Saudade é assim: marca a gente...
Um questionamento feito por Omar em plena visita a cidade do forró pernambucano, Caruaru, me deixou cheia de dúvidas. Em junho, Manaus apresenta uma infinidade de danças folclóricas nacionais e internacionais, que disputam, no Festival Folclórico do Amazonas o título de melhor nas diversas categorias como: cirandas, carimbós, quadrilhas, cacetinhos, danças internacionais, danças nordestinas e Boi Bumbá.
Então! Em minha opinião (totalmente pessoal) a “diversidade cultural” no Amazonas é mais bem representada como “pluralidade cultural”, ou seja, respeitar a diversidade cultural não significa incorporar algo como sua cultura. A pluralidade, no entanto, é totalmente incorporada: a cultura de outrem é vivida pela população nativa. Brincamos boi, brincamos ciranda, brincamos quadrilha, dançamos cangaço, xotes, dançamos a dança do café, da Caxemira, e etc.
E como diz o poeta Anibal Beça em sua poesia Abaixo assinado por amor a Manaus... “Toda cidade se habita como lugar de viver. Só Manaus é diferente nessa maneira de ser, pois em vez de morar nela é ela quem mora na gente. No sorriso ela se inventa, morada dos nossos sonhos, minha querida Manaus, mana maninha de encantos”.
Portanto, entendo em gênero, número e grau quando o meu hóspede diz: Quero chegar a tempo de assistir ao festival folclórico do C.S.U. do Parque 10.

Saudade de Parintins

É junho... graças a Deus, cheiro de coisa boa no ar, o colorido das bandeirolas e os balões nas vitrines desenham um sorriso sutil em meu rosto... Sinto saudade de casa.

A foto postada me leva à minha festa junina, a minha brincadeira de Boi; fui transportada para 1996, na Praça do Cristo, ao lado do meu querido Raul Góes... Gargalhando das minhas infantilidades sobre politica bovina, me achando a mais sonhadora das Alices. Eu, sonhando com mil projetos sociais para o Garantido e para o povo da Baixa, (sonhos de nova associada), ficava indignada; doidinha, nem sabia que ele só queria me preservar das desventuras que o futuro me traria, das traições e calúnias que sofreria.

Viajar de barco para Parintins era o máximo que poderíamos sonhar... Impagável a dança noturna das redes no barco do Mag, e as conversar fiadas no bar... Os fogos de artifícios nos recebendo como personalidades importantes do Festival. Muitas vezes eu chorei ao receber tanto carinho ao chegar à ilha.

Parintins era pura poesia. A primeira vez que comi bodó foi na casa da Natila, pescado e assado na hora. Mas a noite o ponto de encontro era no Americano. Paulo Emilio e eu, por fidelidade ao bar, tornamo-nos sócios, com direito a cadeira cativa e muita fofoca dentro e fora da temporada do boi. Eu tinha tanta moral, que ouvia Zé Ramalho, enquanto a cidade toda ouvia as toadas dos bumbás.

E o Ronam? Meu motorista de sempre, bastava ligar e avisar, “estou chegando!” e pronto! A pousada estava reservada, motorista no cais, e todas as novidades das personalidades da Ilha... Quem chegou, onde estava hospedado, e é claro aquelas coisas inconfessáveis de Parintins... Quem dormiu com quem, e quem ficou acordado (a) esperando quem... Nunca foi fofoca! Sempre era atualização de movimentação da Ilha. ADORAVAMOS, vivíamos cada minuto em Parintins.

Mas tem uma lembrança que jamais em tempo algum vou esquecer... Em uma das noites da alvorada do Boi, íamos caminhando lentamente seguindo o mar vermelho, em romaria , quando de repente, o Ray Monteverde me pegou pelo braço e disse: vamos vaqueiro vá trotar agora!... Como? Quem? Eu? Isso mesmo eu fui levada pelo coro, vai , vai você consegue, e pronto! E fui metida como sempre tentando dar aqueles pulinhos da vaqueirada em plena Rua Amazonas. Ainda bem que era só a nossa brincadeira de boi, era uma farra, eu só errava e levava chibatada do Ray (que hoje me lembra o bicho papão do filme Monstros S.A.).

E as imagens voltam com tanta intensidade que dói.

Como marca dos amigos de sempre (foto), ofereço Tadeu Garcia com a sua poesia LUZES RUBRAS.

Quem não sonhou com as luzes rubras
Iluminando o Garantido
Numa noite de esplendor
Quem acordou com a toada no embolo
Anunciando que o meu boi chegou
Os fogos de artifício começaram a explodir
O rubro mais intenso estará no céu
Mantendo as nuvens brancas no brilho do gel
É um véu da ansiedade que envolve em mim
O suspense de quem sempre espera por amor
O mundo de vermelho entra em turbilhão
A pele arrepia neste vendaval
Os olhos se transformam em bolhas de cristal
O som da batucada vem á audição
Bater muito mais forte no segredo de amar
Perceba na alma todo sentido, amor
É a sensação que ele chega à perfeição
Enquanto um brinquedo me torna criança
Não envelhece no tempo a lição
Vou brincar
Um passo ainda suave quer acelerar
Numa sincronia que o povo encarnado
Faz-se um corpo de dança
E canto esta toada
Como a mais bela inspiração de amor
Ao boi que um dia
Na alegria da infância me apaixonou.


OBS.: respondendo à minha querida Charlene,

Amiga, eu ouvi aquela coisa sem graça... a tal miss enganação...Fofa aquilo não é parodia nem aqui, nem em Parintins e nem na China... Aquilo é uma tentativa vulgar de ser engraçado... Mas aguarde! “Toada de desafio”, como sempre, vem do nosso lado criativo, de alto nível, o lado do Boi Garantido...