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Miscigenação em Olinda

Adooorrrooo minha amiga Chralene. Ontem estava me preparando e ensaiando os passos do frevo (kkkkkk), e meu celular toca. Era Charlene pagando o maior sapo .... "ta ficando maluca? o sal cozinhou teus miolos? eu quero VER O VIDEO do garantido arrasando no Recife (linda a festa foi em Olinda). Pedido feito, pedido atendido... Eis o video recheado de saudades...

Garantido,Caprichoso e as Virgens de Verdade

Gente, me amassa que eu tô passada! (gíria pernambucana para INACREDITÁVEL) O carnaval de Olinda nas prévias é tudo de bom, e para melhorar, a organização do evento trouxe Garantido e Caprichoso para fazer as VIRGENS DE VERDADE brincar o dois pra lá, dois prá cá.
Segundo a organização do evento, o público esperado era de aproximadamente 1 milhão de pessoas, mas a chuva que caia forte e sem dar trégua diminuiu em muito esse número.
A recepção dos recifenses foi TUDO DE MELHOR... o povo gritava às lágrimas o nome dos nossos bumbás, homenageava-nos tentado evoluir junto com os nossos dançarinos, cantava as terminações de nossas toadas. Uma passagem realmente inesquecível.
Mas nem tudo são flores no reino encantado do carnaval pernambucano. E a desorganização do evento marcou a memória de todos os presentes no Trio Amazônia. Espia ai.
 Um trio elétrico velho e mal conservado;
 No item segurança, fios espalhados por todos os lados, colocando em risco todos que estavam no trio;
 Assoalho forrado com carpete (totalmente inflamável);
 A altura do trio não era compatível com a área do evento;
 Fios de media e baixa tensão por todos os lados, o que, a cada poste, proporcionava uma possibilidade de acidente;
 A vara para suspender os fios - para evitar que engatassem no trio - era o “pedestal” dos microfones;
 Cerca de segurança sem proteção;
 Falta de extintor de incêndio no local, entre outros absurdos.
Mas o terrível mesmo foi a falta de comunicação com a coordenação do evento. Informações truncadas, pela metade, programação falha, sem planejamento visível.
Em um evento público, toda e qualquer atividade na área do mesmo, precisa e deve ser comunicada aos participantes. Em Olinda, no bloco As Virgens de Verdade, essa regra básica foi totalmente esquecida. Por três vezes o som do trio Amazônia foi desligado sem explicação aos presentes, deixando sempre no ar o motivo para o silêncio em um evento cuja marca é mesmo o barulho. E para fechar com chave de ouro, a coordenação esqueceu de combinar com o público que a festa tinha horário para terminar, que o atraso na abertura do evento não pode ser recuperado, e que os Bois de Parintins, a grande atração para os foliões (obviamente não para a coordenação) não faria o seu encerramento na apoteose do desfile. O amor declarado no inicio da apresentação, nesse momento deu vazão há uma cena dantesca.
A fúria da multidão de foliões do bloco das virgens foi a agressividade personificada em 100 metros de pista. Vaiavam, arremessavam latas de cervejas, garrafas de refrigerantes, pedras, imaginando que Garantido e Caprichoso passavam em silêncio por vontade própria. Só faltou jogar a genitora contra profissionais, que estavam desde às 9h, debaixo de chuva, pegando choque, desviando de fio de alta e media tensão, reinventando repertório, pois segundo a coordenação do evento os 3,5km seriam percorridos em, no máximo, 3 horas, e os filhos da put.. estavam a mais de 10 horas, cantando, agindo com profissionalismo e respeito, absurdamente ignorados pela coordenação do evento. Naqueles derradeiros 100 metros, de heróis viramos vilões. E sem microfones para explicar o real motivo do silêncio em nosso palco móvel. Falar o quê? Cobrar de quem?
Eu, produtora cultural, sei que profissionalismo não é isso, que colocar pessoas em risco de vida, por qualquer motivo, é imperdoável. Tratar o seu convidado sem a mesma importância dada na hora de pechinchar cachê é antiético. E deixar um evento de grande porte como As Virgens de Verdade na mão de amadores (a desorganização mostra isso) é um insulto à memória do Carnaval, que é o maior evento cultural de Pernambuco.