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Projeto de Niemeyer na Copa 2014

Charlene, minha leitora assídua, mandou-me um e-mail desaforado como ela. Email - diz ai, ô inteligente, que história é essa de memorial para o nosso encontro das águas? O que isso quer dizer? Vão contar as histórias dos encantados no encontro das águas? TÔ esperando a resposta urgente.
Querida Charlene, o Memorial Encontro das Águas, foi projetado em 2006, para a prefeitura de Manaus pelo arquiteto Oscar Niemeyer, em que situação mesmo eu não sei. Posso garantir que na época já foi orçado em um valor altíssimo de 24 milhões... A pergunta que não quer calar: E agora quanto vai custar?
Informando a minha mais ilustre leitora, a primeira obra de Niemeyer construída na Amazônia, está na cidade de Belém - o memorial da Cabanagem - e data de 1985. Portanto, com o Memorial do Encontro das Águas, a Região Norte terá, no total, apenas dois projetos de um dos arquitetos mais importantes da arquitetura moderna mundial. Isso é vantagem , certo?
Mas, outra questão deixa a gente com a pulga atrás da orelha: o medo de que esta obra acabe como a de Belém, mal conservada, abandonada, fechada ao público e depredada simplesmente porque nenhum trabalho mais sério foi realizado para informar à população sobre a importância do Niemeyer e, no caso de lá, da Cabanagem, inspiração e motivo para a sua construção. No Memorial de Manaus, seria vital que esse trabalho fosse feito para que o nosso parco dinheiro investido não vire elefante branco abandonado após a Copa. Temas que poderiam ser trabalhados: Niemeyer, o próprio Encontro das Águas, os achados arqueológicos do local etc
Pasmem todos, a despeito de sua importância se o foco correto fosse aplicado, o projeto milionário MEMORIAL ENCONTRO DAS ÁGUAS (disso eu não tenho dúvidas) está sendo desengavetado para cumprir a mais uma das exigências da FIFA para as cidades-sede da Copa de 2014. Ou seja, a criação de "fan parks" (e não fun como publicam alguns jornais), uma área para que os torcedores lisos, que não compram ingressos, possam assistir aos jogos.
Mas veja como o próprio Oscar Niemeyer definiu o projeto para Manaus: “Tinha diante de mim as fotografias do espetáculo que é o encontro das águas, e foi isso que dominou o projeto: as duas formas de concreto que sobem e se encontram, o preto representando as águas escuras do rio Negro e o amarelo representando o rio Solimões, de águas claras”.
Será que, apesar da importância, vai dar elefante branco no nosso jogo do bicho, amiga? Espero, sinceramente, ter esclarecido algumas gotinhas no teu rio de interrogações.