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Quando não entendemos... GRITAMOS!

 



Li em algum lugar que os seres supremos “atrofiados” de caráter, que antes do poder, comprimem a prepotência (entre outros adjetivos), até surgir a oportunidade de manifestar seus desmandos publicamente… Então, cabe muito bem o dito popular“ as pessoas não mudam quando chegam ao poder, elas se revelam”.


— Charlene Duvallier, você bebeu???

 

— Sempre esqueço que para conversar com você eu preciso desenhar primeiro… vamos lá! A última treta no feicibuque é uma declaração do representante do presidente do Brasil (leia abaixo)



— E isso é importante???

— Fofa o receptivo para o “representante” foi feito pelo boi azul e branco. E eu fico aqui, perguntando para as minhas miçangas: como explicar que 82,50% dos eleitores da Ilha (leia muitos torcedores do Caprichoso), votaram no Fernando Haddad???. Será que esse abraço prometido é de URSO? Esse papai Smurf ( que levou o receptivo) é tão poderoso para falar em nome de uma nação????
 O discurso raso de estratificação da cultura  na arena, é só discurso??   São tantas perguntas.


— E o Garantido?


— Fofa, nosso Boi, levantou às duas orelhas, piscou o olho e disse: vai lá contrário, você está é certo! Vai mais longe ainda, agradece ao teu presidente da república na arena, dentro do teu espetáculo… vai

 ser lindo!

— Charlene, e aquele discurso no início da conversa?

— Ah! É uma reflexão para o futuro, para falar do povo que se acha INATINGÍVEL. Mas é para outro post.



Charlene Duvallier e o bafon da camiseta


Fui sacudida por Charlene impacientemente ao telefone assim de cara:
- Mandei por teu email um pfd com a entrevista da Chris Reis com o traíra.
Gente, eu estudo pela manhã, e não tenho mil olhos ou quatro mil ouvidos, como Charlene, mas saí da sala de aula para ouvir as últimas da fofa.

Segundo Charlene, o “bafon” do face do Sabá rendeu horrores e pavores, de todos os lados (rsrsrsr).
Abro um parêntese para explicar aos leitores sobre o que rolou no face: Uma imagem do levantador de toadas do Garantido com a seguinte frase “eu canto, eu danço, eu venço! Pena que o contrario não vê”.

Baixei no meu tablete o pdf e li na universidade mesmo a matéria do jornal.

Reproduzo aqui um trecho da materia do caderno Platéia.

EM TEMPO: Algumas pessoas dizem que a participação do levantador do bumbá contrário (que canta e dança) marca uma nova fase no festival. Qual sua opinião?

DA - O que o Sebastião Júnior faz o Arlindo já fazia há muito tempo. O regulamento diz que o que é julgado é: extensão vocal e interpretação da toada. Em nenhum momento fala que precisa pular e dançar.

EM TEMPO: Para finalizar, o que você acha das brincadeiras e “tirações de sarro” entre os bumbás?

DA - A brincadeira sempre foi alimentada pela rivalidade, mas quando parte para preconceitos passa a ser pessoal.

Nem bem tinha acabado a leitura e meu celular toca... Era a minha mais intima amiga Charlene Duvallier insistindo em comentar o assunto. Saí da sala de aula e fui para o jardim ouvir os queixumes da fofolete.

Essa Chris Reis é das minhas, sendo torcedora do garantido, mulher, baixinha e atrevida. Ficou face a face com o traíra e conseguiu ser elegante, serena e muito profissional para abordar diretamente o o blurei do lado de lá.

Amiga, ficou feio pra caramba aquela mensagem na camisa do Sabá, fico imaginando as frases que podem ser criadas... Vixi é melhor nem mexer nesse vespeiro.

E Charlene continuou...

Não sou mais fã do David Assayag, aquelas mágoas antigas e profundas permanecem gritando no meu peito, mas vamos dar a César o que é de Cesar... (não, não é o Brutus!). David foi preciso... “a brincadeira” deve permanecer no campo da inteligência. Tirar sarro do outro no campo da leviandade mexendo com suas limitações é no mínimo golpe baixíssimo e pouco inteligente.

Imploro para minha amiga desligar o celular, estou cheia de fome e ela larga mais uma de suas pérolas: O pior cego é, dizem as boas línguas, aquele que não quer ver, e eu pergunto:

A diretoria do Garantido tem orientado os seus itens sobre como devem se comportar publicamente?

OBS: PARABÉNS A TODAS AS MULHERES PORRETAS LEITORAS DO BLOG.


Bicho Papão é azul (assim como o Cavalo Marinho)...


Por Dulce Gusmão
(especial para o blog da Lydia Lucia)

A vida é feita de fluxo e refluxo, retração e expansão, movimentos que, dizem as línguas científicas, até mesmo criaram o universo como nós o conhecemos (ou desconhecemos). Para mim, chega a ser doloroso dizer, louca torcedora como sou, que o boi Garantido envia sinais de refluxo e retração enquanto o contrário apresenta na arena um quê de evidência de expansão.
E o problema é mesmo este para quem gosta do Festival de Parintins: a “expansão” – sempre equivocada e “sem cabeça” – do boi contrário. Toda vez que o contrário se considera no auge nos deparamos com escolhas “artísticas” no mínimo equivocadas para a manutenção do Festival como sonhamos: um estandarte das tradições indígenas e caboclas, a voz sonante de povos por tantas vezes silenciados, a representação da força e exuberância singulares da cultura e arte amazônicas.
Foi assim na década de 90: quando demos por fé as mãozinhas levantadas e bundinhas arrebitadas do pop-axé de um “ritmo quente” invadiram as ruas – principalmente as azuis - de Parintins em nome de uma suposta “popularização” do boi, que, assim, atravessaria rios e desaguaria em oceanos menos locais e mais nacionais. Quem não se lembra disso, deve apenas procurar conhecer algumas chamadas televisivas do Caprichoso da época. Com cuidado, é claro: elas fazem mal ao corpo, mente e alma de quem valoriza sua caboquice.
Mas como a cobra sempre morde o próprio rabo, o resultado foi o belo trabalho apresentado pelo Garantido em sua expansão, que mostrou ao contrário ser possível modernizar mantendo as tradições. A fórmula, que se provou eficaz em outras regiões do Brasil – vide o movimento manguebeat de Pernambuco – , exige que se valorize o regional para ser global, exige voz altiva para não calar o que nos faz únicos.
A correção de rumo do Garantido engrossou a peia que o contrário leva na arena e não gosta de admitir ou lembrar: 27 x 19 no placar do Festival. Desnecessário dizer que oito destes títulos foram conquistados neste período a que estou me referindo, entre 1997 e 2006.
Neste ano de 2011, nos deparamos com o mesmíssimo problema que, na apresentação de ontem, se ingerou principalmente – como diria o caboclo - em Lenda do Cavalo Marinho, um exemplo marcante do perigo que representa o contrário acéfalo para o Festival.
Escultura exuberante, o tal cavalo – todo mascarado de amazônico, apesar dos tons de roxo – representa simplesmente um viés cruel da colonização: aquele levado a cabo pelos evangelizadores que exterminaram várias culturas, e portanto, a diversidade social amazônica, em nome de Jesus e de algum dinheirinho a mais na bolsa. A tal lenda está no livro de um cônego, foi “emprestada” dos portugueses e regionalizada para fins exterminadores e, como o próprio site do contrário explica, quase ninguém em Parintins - ouso corrigir, na Amazônia -, lembra ou conhece...
Como este tal de cavalo foi parar no Festival de Parintins, que busca valorizar – ou pelo menos trazer à memória – a cultura de nações, por vezes, extintas? Pelas “Mãos sem Cabeça” do contrário, esta sim uma realidade apavorante, capaz de fazer correr mais do que o Mapinguari no meio da floresta!
Nossa sorte, sinceramente, é que estes suspiros de expansão do Caprichoso duram pouco e isto também é histórico. Resta a nós – loucos torcedores – torcer por nova correção de rumo do Garantido: aquela que nos faz ter certeza de que o Festival de Parintins será sempre criativo, peculiar e ousado sem a necessidade de gigantescos brilhos, paetês e equívocos. Um exemplo simples: a performance iluminada do ator e levantador de toadas Sebastião Júnior, que transformou a arena em verdadeiro palco de ópera popular, ao encenar, cantando a plenos pulmões, a conhecida lenda amazônica do boto, nossa verdadeiramente, com cheiro de mato e de beira de rio.