Garantido Imortal

 




             Ainda em sala de aula, e meu celular não para de vibrar. É Charlene Duvallier, mandado vídeos do ensaio técnico do Garantido. Ao terminar o tempo de aula, volto às pressas pro hotel, para ver os detalhes do 1.º ensaio, e ouvir as 500mil mensagens de áudios, que me levam as lágrimas.

— Fofa, você está perdendo o espetáculo da nossa galera, com fome e sede de gritar: ISSO É GARANTIDO...!

         Vou aos prantos em minha saudade, ouço os gritos da  galera e percebo a paixão ENORME, ensandecida que sinto pelo Boi Garantido, sei que nesse momento é  necessário um certo afastamento do objeto amado, para sentir saudade e valorizar cada oportunidade recebida para contribuir com o nosso boi. E Charlene Continua:

— Meu amor, Parintins é férias, é não dá um KU DE CONFIANÇA (parafraseando Chico Cardoso) para essa guerra de egos. Saiba que na minha saudade não existe derivação nesse amor, eu SOU GARANTIDO! Eu Sou o meu boi nos 21 itens, brigo, acolho, cobro, colaboro e sofro imensamente, e quando quem o dirige permite argumentos para o “contrário me zoar”. Fico ensandecida, dominada pela incompreensão dos amantes ciumentos, uso a liberdade que esse sentimento me condena: o livre arbítrio: posso sair, mas prefiro ficar no cativeiro. Eu sou a vencedora, eu sou o Garantido, só compartilho essa paixão a quem sabe viver sem limites, sem paz, sem tréguas a cada festival. Amar o Boi Garantido é perder a paz.

             Entendo as palavras de minha “amora” que me diz baixinho, no acalanto de quem ama, livre das cores, e me faz carinho verbal: “Saber entender, que o ”outro” ama esse boi tanto quanto você é se despir do orgulho das derrotas políticas, tirar a máscara da vaidade e se deixar levar pela saudade, do mar vermelho pelas ruas de Parintins, é ter o olhar de cumplicidade com alguém que você cruzou na esquina pela primeira vez, mas viu, naquele momento, o código da paixão encarnada, que vai sempre  te trazer para o Boi com o coração na testa.”

             Do outro lado da floresta, minha pequena Charlene Duvallier, levanta a bandeira branca e vermelha e celebra a paz com o seu amor em vermelho e branco. Ainda de forma quase inaudível tento ouvir Charlie.

— Fofa, deixa a chatice na cama e não me cobre, lógica, inteligência, sensatez, no mês de junho, agora, eu vivo a esquizofrenia de quem tem a liberdade de ir, mas prefere viver no cativeiro do amor pelo Boi de Pano, que ressuscita a criança mimada que existe em mim. Ahhhh!!! Só mais um lembrete: torcedora tem licença para matar (de raiva) o contrário, sempre!

(...) É triste o ano inteiro longe de você...

(...) É sempre uma alegria encontrar meu povo e ver a minha gente cantando de novo... Toada Flor de Tucumã – Emerson Maia.

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