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FAMÍLIA



Sempre que busco a perfeição, automaticamente volto para casa... Volto para minha família que, de qualquer maneira, de qualquer jeito, me aceita e me conforta. Tenho de tudo um pouco, muita alegria, poucas tristezas, algumas saudades e muito companheirismo... E se alguma coisa faltar, tenho ainda um sorriso lindo, ainda banguela, do meu netinho Davi e de quebra o amor incondicional do Daniel, primeiro neto, especial por excelência, filhos da minha caçula Keithy. Ela me ama tanto que pediu nos filhos meus olhos, meu sorriso, minha alma. E, falando em alma, tem a minha Lydi Pink, inquieta, cheia de vida e curiosidades, gosta de experimentar de tudo um pouco e sempre acha que uma vida ainda é muito pouco. Lydi tem uma sede, uma necessidade helênica de vida e vive muito, como muito também vive meu filho Augusto, que tem alma de artista, sensibilidade à flor da pele, talentoso, discreto, me ama de longe, mas me ama tanto que parece fogo. Essa é a minha família direta, constituída por mim.
Mas o ser humano não é uma ilha, e eu, claro, tenho uma origem nobre. Minha mãe, como todos os seus, me deu um caráter forte, uma descendência negra, altiva. Meus irmãos me deram o mimo que é dado à única irmã mulher: Kid me deixa sempre tranqüila ao saber que sempre tenho dois braços abertos me esperando. Dário, meu irmão muito amado, me deixou a certeza de ser especial, de me fazer linda a cada manhã, porque o sol quando nasce fica mais bonito ao tocar a minha pele bronzeada. Minha prima e irmãzinha Tati, me ensinou a dividir, a compartilhar, e me deu de presente meu sobrinho Yann, que ilumina a cada de minha mãe com sua personalidade forte.
E é claro que sozinha eu não ficaria nunca!! Papai do Céu me deu de presente um amor, completo, cheio de desafios, que me faz crescer melhor a cada dia. Deu-me um amor sincero, MEU B..., meu lado mais lindo, mais autêntico, mais feliz, minha metade mais cara, e me fez perceber que temos somente uma missão na Terra: SER FELIZ completamente.

MInha amada Avó "Maria Pretinha"




Algumas lembranças voltam sempre. Maria Pretinha (foto) era minha avó materna. Pense numa mulher linda, forte, corajosa e honesta.
Nordestina, descendente de negros lá de Cabo Verde, falava alto e amava muito. Hoje, que sou avó, é que percebo o quanto de amor foi renovado.
Lembro muito da Dona Maria Pretinha, parteira por excelência, rezadeira das boas. Eu morava no Beco do Macedo (N. Senhora das Graças) e vinha aos domingos ao São Jorge. Tomava chafé - café feito da folha caída do pé de café no fundo do quintal - comia pão de metro, medido cuidadosamente por ela, contando onze pedacinhos, melados na manteiga. Eu adorava!
Ficava vendo minha avó fazendo as coisas da casa, sempre reclamando das galinhas, dos patos, dos coelhos, dos cachorros, dos gatos, das picotas. Nossa, eu nem consigo descrever a sensação de vir para o São Jorge! E as frutas? Tinha de tudo no quintal da vovó: sapotilha, jenipapo, banana pequena, comprida, amarela, roxa, ingá, cupuaçu, caju, goiaba, jacá, ginga, ata e muito mais.
Tudo isso dava um cheiro no Morro da Coruja! Um encanto inesquecível! Eu via minhas tias adolescentes indo para o arraial do São Geraldo, minha tia Marly indo para o ensaio do Bem Ti Vi (Joana Galante), mamãe para o ensaio do Papagaio (Seringal Mirim), meu tio Zeca para o ensaio do Corre Campo, minha tia Ioná indo para a Tribo das Andirás, era uma muvuca total. Mais tarde meus irmãos Dário, Kid, eu, tia Marília,tia Lucia, acompanharíamos o resto da família nos ensaios do Pássaro Corrupião da Dona Esmeralda, aqui mesmo no bairro, lá no aterro.
Minha vó dava a maior força pra turma e sempre que podia acompanhava. Isso quanto não tinha uma festa de Santo, na casa de um compadre ou comadre... Ela incorporava e bailava linda, feliz, trazendo a tona a sua raiz africana... Eu ADORAVA ver o colorido da saia dela rodando ao som dos atabaques.
Sem exageros, minha avó ajudou a vir ao mundo metade da população do São Jorge. Ela, como parteira, fazia do quarto do casal uma sala de parto, acomodava as paridas na casa dela até o sétimo dia... Quem não gostava nada disso era meu avô, que tinha sempre que dormir com meu tio Luiz.
Eu, como primeira neta, era o dengo da casa. Quando adolescente, vovó era minha confidente, era meu caixa-forte, tirava o dinheiro enrolado cuidadosamente do cabelo pixaim, e me dava, não sem antes me elogiar de todas as formas (adorava chamar um palavrão!) e eu, aprendi diversos, inúmeros e tento falar com a mesma ênfase, sempre bem empregados, não desperdiçando uma boa oportunidade de zoar com alguém, bem ao estilo da Maria Pretinha.