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Charlene não tem jeito... Critica até mesmo quando gosta!


Minha “picorucha” Charlene Duvallier não pode comparecer à coletiva, logo, tive que explicar tudo da forma mais resumida possível, pois a tagarela faz um verdadeiro interrogatório policial... Bom, Charlene, a  palavra de ordem na coletiva  de imprensa do garantido foi PLANEJAMENTO, e isso faz a diferença na apresentação do Boi Bumbá Garantido, ajudando a diminuir os riscos da improvisação.

Em um clima de descontração, o presidente da comissão de artes, Fred Góes relembra uma citação antiga da família Góes: “Boi não é  para muito novo nem muito velho. Se for muito novo pira e se for muito velho morre”, ilustrando quão séria deve ser a administração do boi, uma entidade sem fins lucrativos.

Em tom de desabafo, o presidente do Garantido,  Telo  Pinto, afirmou: o Garantido entra na arena com um gasto de cinco milhões e setecentos mil mas não posso dizer que  esse será o valor real  no final do Festival.  Completando, em muito, o sentido das palavras de Fred.

Ainda durante a coletiva, a diretoria do Garantido conversou sobre as três apresentações.  No ano do Centenário, o boi vai para arena com foco na sua própria história. Bom o melhor é esperar, ver e conferir.

Charlene, incansável, não se contenta. Diz que a minha narrativa é fria, sem emoção. Que ela nunca mais vai me deixar ir pra uma coletiva sozinha. Que não acredita que não teve nenhum barraco e diz que é impossível que uma coletiva do Garantido seja tão sem graça assim! Onde estão os atrasos, a desorganização, metade do povo pra lá e a outra metade pra cá, sem saber onde é realmente o evento?
Cansada, só confirmei que foi tudo como ela descreve, como quase sempre. Depois de uma gargalhada, ela continua a tortura.

Mas, sabedora que tortura é crime, ela agora começa a sua narrativa ininterrupta da primeira noite do Boi Bumbá Garantido.

Sinceramente, fofa, eu esperava um pouco mais de tudo, da coisa impactante dos primeiros cinco minutos, de ver na arena o Bairro de São José, a cara do Lindolfo curumim em alguma alegoria, de ver Parintins na arena.

Ficou difícil a vida do povo da imprensa para fazer imagens dos itens do Garantido. Fica todo mundo colado em um só ponto, não sei por que, pois a arena é gigante e o Garantido fez uma apresentação limpa, sem poluição visual, boa de fazer fotos lindas, mas... Fazer o que, comunicação é uma arte ainda a ser descoberta pelo nosso boi.

Para a primeira noite, achei que o boi Garantido teve uma tensão controlada, não vi o corre-corre na arena e isso foi ótimo. E o Telo ainda é o diretor de arena, sabia? Clemilton Pinto é estagiário.

Charlene, você não gostou de nada?

Gostei de muita coisa, mas principalmente da galera e, é claro, do Israel Paulain, que a cada ano fica mais lindo, mais perfeito, menino de ouro, como diria minha mãe. E você?

Eu gostei do que pode ser visto de acabamento, da linguagem, do clima na arena, de ver o Jairzinho Mendes mostrando o seu trabalho, de ouvir o nosso pajé fazendo o ritual. É complicado ver de uma forma técnica quando você é envolvida emocionalmente. Toda vez que a galera era acionada, eu chorava, lembrando de uma senhora que ficou na fila desde às 7 da noite de quinta-feira para ser o item 19, para tirar nota 10.

E a língua ferina não perdeu o rebolado... Nossa diretoria devia era pensar nessa nossa galera linda sempre! Destinar uma  pequena quantia do repasse e investir em mais adereços, usar a criatividade dos artistas e realmente fazer o item 19 aparecer no espetáculo e não ser somente um socorro quando a arena fica devagar. Mas essa não é a realidade, ou é?

Mudei de assunto rapidamente. Charlene você viu a apresentação do contrário?

Só o começo, mas adorei ouvir o levantador de toadas do lado de lá chamando o seu boi pra comer o sal, sem lembrar do Jo..ton, que completava a rima com coisas que você não vai poder escrever nesse respeitado blog. 

Bafo amiga, ela continuou: muita gente em Parintins se esqueceu de mudar de canal para ver o contrário... Hábito de ver tudo junto sempre... Que ratada dessa diretoria do contrário, hein? Mas vamos aguardar a segunda noite de espetáculo.

Um novo presidente para o Garantido


Outro dia fui abordada sobre a escolha do próximo presidente do Garantido. Uma pergunta difícil de responder, mas, como associada, sei que uma coisa é certa: segundo o Estatuto da Associação Folclórica Boi Bumba Garantido, em seu Art. 34:

§3º. Somente concorrerá aos cargos de Presidente o Associado que comprovar residência e domicilio no município de Parintins por período de cinco anos ininterruptos, imediatamente anteriores à da eleição.

Mas é só esse o ponto de vista do associado? Quais as suas aspirações? Bom, das conversas ouvidas no mercado municipal, no bar Americano e no bar da Mariona... O sócio deseja votar em alguém que:

Em primeiro lugar seja comprometido com a cultural popular do Norte, e que valorize realmente as suas raízes;

Que seja trabalhador, que possa com o suor do seu rosto sustentar a si e aos seus, deixando o dinheiro dos patrocinadores do Boi para pagar as “coisas” do Boi;

Precisamos de um candidato forte, que tenha pulso para mudar o que precisa urgentemente ser mudado. Temos muito cacique para mandar em tão poucos índios;

Um presidente que tenhamos orgulho de apertar a sua mão publicamente, e não nas salas fechadas, fazendo em segredo sabe-se lá o que;

Queremos uma administração que veja o outro (os trabalhadores do boi) como gostaria de ser visto, com seus pagamentos em dia, dando dignidade e segurança aos trabalhadores que fazem de sua arte o sustento de sua família, pagando em dia as suas contas, recebendo o seu provento sem ter que acionar a justiça;

Queremos entrar em qualquer lugar de cabeça erguida, sem ter que INVENTAR desculpas para justificar a apresentação pífia de nosso boi na arena;

Podemos perder para o contrário, sim, mas não admitimos mais perder para nós mesmos.

Precisamos de um presidente que moralize as contas de nossa associação, que ponha o pé no freio dessa sangria desvairada que se tornou a presidência da Associação Folclórica Boi Bumba Garantido.

Charlene Duvallier, minha especialista em matemática me fez um alerta... Confira o quadro e me diga sinceramente: estamos indo para arena disputar o Festival Folclórico de Parintins?