A despedida do ano de 2009 não foi uma das melhores para minha família. Meus dois netinhos contraíram um vírus que não foi identificado pelos médicos do Pronto Socorro da Criança da Compensa.
Acredito fielmente que era o rotavírus, mas como eu nunca estudei medicina, não sei nem ler bula de remédio... Mas que parecia rotavírus, isso sim parecia.
O que de fato me deixou muito pu.. da vida foi o BARULHO na SALA DE OBSERVAÇÃO, área restrita as crianças que estão esperando o diagnóstico de suas doenças (é claro). Como é de se esperar, as crianças choram com a troca de soro, com dores ainda desconhecidas no mundo dos pequenos e, por incrível que pareça, convivem com o barulho desrespeitoso feito pela equipe de funcionárias, acentuando o humor dos acompanhantes.
Cheguei às 7h da manhã do dia 30 para substituir minha filha na vigia pela saúde do meu neto e, para total espanto, uma das enfermeiras (em hospital usou branco é medico ou enfermeira) estava ouvindo uma musica internacional mais alta que o som do trio elétrico no Boi Manaus. Eu sei você deve estar pensando que eu sou exagerada. Pode até ser, mas veja o cenário comigo: Meu neto não reagia aos medicamentos, minha filha desesperada, e a enfermeira cantando apaixonada sabem lá por quem, dentro da área em que a gente só quer chorar. Ai a firma quebra, eu desço do salto e baixo o nível mesmo. Pedi com toda a educação, herdada de minha santa avozinha, a Maria Pretinha, busquei nesta hora toda a minha negritude, e disse em alto e bom som “Sim, aqui já esta em clima de carnaval? Isso é uma preparação para o bloco dos fudidos?”. Espanto total.
Mas meu caro amigo, eu sou avó coruja, meu neto estava doente, havia crianças chorando por todos os lados, e alguém começa a cantar, gargalhar e contar os seus feitos noturnos, esquecendo completamente em que lugar está? Sei que este pode ser o menor problema que ocorre nos hospitais públicos da cidade, mas como é um dos mais fáceis de ser solucionado, vai aqui o meu apelo: Quero ver nos hospitais a placa SILÊNCIO. E que seja obedecida plenamente por todos, principalmente, por quem trabalha neste tipo de ambiente.