Pisei em solo manauara e Charlene
Duvallier me faz uma advertência: estou
indo para a sua casa.
Eu fico sem ação, não consigo reagir à
tanta falta de noção... Acuada, respondi: TÁ!
Um banho rápido, sorriso no rosto e
uma paciência de Jó, e minha fiel e mais amada amiga chega...
E dispara... Fala sério, amiga! Que
historia é essa de misturar as cores vermelha e azul? Pelo que eu sei o que
resulta é um MONSTRO DE UM ROXO e não amor.
Charlene, eu acredito que nos dias
atuais, a tolerância é maior, os torcedores estão menos agressivos...
Sério? Vou chamar o CONTRÁRIO de
QUASE AMIGO, é isso? A nossa rivalidade
não é cultura? Pelo amor de qualquer coisa! É muita modernidade pra minha
tolerância!
Neste ponto da conversa, qualquer
tentativa de argumentar com Charlene cai por terra... fico em silêncio,
aceitando que no fundo ela tem razão.
Ela continua quase sem respirar:
Fofa, no Garantido não existe meio torcedor, meio apaixonado, somos do
CALDEIRÃO VERMELHO, defensores dos CAMISAS ENCARNADAS, o POVO DE ALMA
VERMELHA... Esses mantras são emitidos por TORCEDORES que entendem que vermelho
é vermelho e as outras cores, são as outras cores. Torcedores que sabem o que Boi-bumbá
de fé, de raça, está aqui, e que do lado
de lá tem um...(esqueci a palavra rsrs) . Somos tradição, somos o ORIGINAL que
o contrário copia.
Sem essa de querer ser AMIGUINHO... Somos
CONTRÁRIO e pronto!
Consigo, desesperadamente, falar bem
baixinho: Charlene existem 305 dias livres para amarmos nossos amigos azulados,
ambientes neutros, territórios livres que podemos usar para papearmos e rirmos
das artimanhas criadas nos 60 dias de clímax do festival, pois existe do lado
azul, um povo tão apaixonado, tão guerreiro quanto eu e você, que estamos do
lado de cá da Ilha.
E a desaforada grita: Mas nos outros sessenta
dias eu quero DISTÂNCIA!
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