repst May Oliveira
Bom dia gente,
não posto muito aqui, porém desta vez resolvi publicar algo que ocorreu comigo
na Agremiação Boi Garantido trabalho com artesanato, adereços, pastelagem e
fibra de esculturas, já tenho um histórico e experiência em trabalhos de
galpões de escolas de sambas e também eventos fora do Carnaval.
Recentemente fui
convidada para trabalhar no galpão do Boi Garantido, tive receio de ir, porém
como os trabalhos para quem é artista de galpão são poucos e temos apenas esse
período próximo ao Festival para conseguir renda nessa área no município, então
aceitei.
Desenvolvi meu
trabalho com empenho e dedicação desde o primeiro dia que entrei no galpão do
Boi Garantido , sabemos que ser artista
de galpão sempre foi associado a um trabalho masculino, mas é por mãos de
muitas mulheres que o boi vai pra arena, essas mulheres que estão nos discursos
romantizados de empoderamento feminino, mas como a maioria das pessoas sabem, é
só um discurso mesmo, que só existe no papel.
Pois todo o
trabalho desenvolvido pelas mulheres nos galpões e QGS são apagados, anulados e
invisibilizados.
Comigo não foi
diferente, na segunda semana de trabalho desenvolvido soube que meu ex- companheiro
que é artista e chefe de equipe do Boi se incomodou com minha presença naquele
local, e moveu de sua influência para cercear o desenvolvimento do meu
trabalho, então fui informada que minha presença no galpão não seria mais
viável, pelo fato de meu ex- companheiro estar ali naquele local de trabalho e
de alguma forma supôs que eu poderia prejudicar o seu trabalho no Boi Garantido
.
Fiquei abalada
com a notícia, me senti vulnerável, impotente e com meus direitos violados.
Como que o corpo
administrativo da Agremiação Boi Bumbá Garantido, que na arena fala de
inclusão, empoderamento feminino, o qual tem um discurso de luta pelas
minorias, quando tem a chance de pôr na prática todo o seu discurso faz
exatamente aquilo que nossos opressores sempre fizeram.
Nos excluem, nos
marginalizam, tentam nos calar, fazem exatamente o contrário do que é dito em
toadas, encenações e discursos emocionantes. (Balela, reforçam ainda mais o
Patriarcado o qual sempre dizem lutar contra).
Essa minha fala
é parte da minha indignação que não cabe e nem demonstra um terço do que eu
senti no momento em que fui informada que não poderia mais trabalhar por conta
de uma pessoa que não faz mais parte da minha vida e que ainda tenta me
prejudicar e por conta da influência que possui nessa instituição ainda
consegue.
E quanto ao
discurso de empoderamento feminino dado na arena, eu vos falo: (é conversa pra
boi dormir), é só pra agradar jurados e patrocínios, para passar um ativismo
Vazio.
Obs: E só pra
deixar claro, esse episódio não irá me calar, já registrei um boletim de
ocorrência (B.O) e já conversei com a delegada da cidade que me deu orientações de como
prosseguir com isso, vou atrás dos meus
direitos, pois eu sei que possuo, tenho uma história como artista e não cederei
a quem quer me ver e me colocar em um lugar de subalternidade.
Compartilhem por
favor!
May Oliveira
Informações da fanpage de May Oliveira