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Conversinha com o pai do JUMA

                                                       Foto: Arquivo pessoal 
Charlene Duvallier me liga e diz dengosa: Fofa publica o meu bate papo com o Edjander Mota, em nosso blog, por favor!
Refeita do susto, pelo carinho  recebido... liguei o computador...

"Quem assistiu ao espetáculo nas cadeiras, camarote ou da galera, não tem noção o que acontece lá atrás, na concentração" Edjander Mota. 

Charlene Duvallier  – Edjander, eu sei que o espetáculo de arena começa muito antes, mas a apresentação começa quando? 

EM- Minha primeira lição foi com o Ito Teixeira que me disse: o show começa com uma concentração bem disposta dará fluidez ao espetáculo. Entretanto com o passar do tempo fui aprendendo,  que o espetáculo começa com a saída das alegorias, onde o coordenador de concentração e sua equipe, não são apenas um condutor de alegorias, isso qualquer um faz. 

CD- O que é essencial para o setor dos kaçauerés? 

EM - Esse setor precisa viver o Boi, desde a sua concepção, ter intimidade com o projeto e moldar-se a partir da primeira solda nas bases. Almoçar, Jantar e tomar café ouvindo as toadas do ano, entender seu inicio e seu final. Planejar, ter estratégias para diversas situações de crise, e principalmente delegar funções aos seus coordenadores. 

CD- Mas, qual a sua visão da área de concentração do Garantido, em 2018? 

EM - O que vi na primeira noite me deixou muito apreensivo, uma concentração vazia, com praticamente nenhum modulo estacionado. 

CD- Mas o Garantido era o segundo, isso não é bom? 

EM - Entrar em qualquer uma das noites por segundo, é ruim em todos os sentidos, primeiro para a galera que fica horas tomando sol na moleira, segundo para a turma da concentração.

CD – Como assim, para a  turma da concentração? 

EM - Manter unida a turma dos  Kaçauerés é quase impossível, tem que ter habilidade, equipe coesa, senão deu no que deu, evasão de uma quantidade substancial de kaçauerés. 

CD – Fuga de kaçaueres? Mas eles foram pagos!

EM – Sim, fuga de kaçauerés,  dito a mim, por eles, quando me encontravam pelas ruas de Parintins e por velhos amigos que continuam a militar no Boi da Baixa. 

CD- Por que é ruim ser o segundo da noite? 

EM - Assim que o outro boi sai, o próximo tem 30 minutos para posicionar o conjunto folclórico, tempo suficiente para posicionar pelo menos 2 alegorias e meia, durante a apresentação do boi, ir levando as outras alegorias com trabalho de formiguinha, mas sem estratégia e sem conhecimento de mecânica e cinemática ( s = so + vt) é roleta russa. 

CD – Mas não foi isso o que aconteceu? 

EM- foram montados os primeiros módulos e não sei pq as outras não foram, e a partir dai o trabalho do DACCTR ficou muito prejudicado. 

CD – DACCTR – HÃ? 

EM -DACCTR -  Diretor de Arena Cenotécnica Concentração Translado e Retorno, pois as montagens das alegorias  na arena demoraram além do permitido. 

CD – Qual o tempo permitido para montar uma alegoria na arena? 

EM- Duas toadas. A prova de tudo isso que falei esta no tempo de apresentação do Garantido, que ultrapassou o tempo de 2h30 min, mesmo que em segundos e sem perder pontos por isso. 

CD- Você acha que a Comissão de Artes não calculou a execução dessa montagem e desmontagem de alegorias na arena? 

EM – Isso, jamais! A comissão de artes nunca  iria projetar um boi para se apresentar utilizando o tempo máximo, sem ter margem para uma saída Apoteótica. 

CD- Qual a imagem que fica em sua memoria do festival de 2018? 

EM- Alegorias da Matinta Perê do Roberto Reis e o Ritual de Marialvo Brandão, duas alegorias muito bem executadas. 

Edjander Mota-Foi coordenador de Concentração do Boi Garantido (26 anos), diretor de Cenotécnica do Festival do Vinho no Rio Grande do Sul-Bento Gonçalves Coordenador de Concentração do Boi Corre Campo em Nova Olinda.