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Resistência Cultural


O Evento Desfile Show2ª Edição, tem como proposta apresentar um pocket show de um desfile de carnaval na avenida, para um espaço fechado. Um carnaval diferente, como diferente está o nosso novo normal, sem os gritos, bandeiras, fogos de um grande desfile das escolas de samba de Manaus.

Segundo a Fundação Getúlio Vargas para cada R$1,00 (um real) investido no carnaval, tem-se um retorno de R$13,00(treze reais) em geração de renda, criação de emprego, e estímulo de consumo. Com esse volume no retorno do investimento, entendemos melhor a mão da indústria cultural nas festas populares, entendemos melhor a quebrada que foi dada na renda do trabalhador cultural, que está há dois anos, sem evento, um pequeno evento, elevou a autoestima enchendo de esperança, um público resistente, que eleva a bandeira da cultura da nossa cidade.

Ao juntarmos as palavras CARNAVAL x ESCOLAS DE SAMBA, o primeiro pensamento é COMPETIÇÃO! Nesse fim de semana estive no evento voltado para o carnaval com várias escolas de samba e não houve competição... era uma CELEBRAÇÃO.

O DESFILE SHOW 2.ª Edição, tendo como anfitrião o GRES Unidos da Cidade Nova, uma escola de samba do grupo de acesso, sem muita mídia, com pouco espaço nas pautas que falam de carnaval, aconteceu de forma aconchegante, acariciando a saudade do carnaval de Manaus.

O segundo motivo para ir ao Desfile Show 2.ª edição, é que a escola de Samba Vitória Régia abriu suas portas para receber a irmãzinha da Cidade Nova, como torcedora da verde e rosa, orgulhosa da atitude solidaria, usei meu melhor sorriso e fui encontrar pessoas queridas do mundo momesco.

A programação tinha um tempo estimado de 04 horas, de transmissão com show das convidadas Gres Unidos do Alvorada, Sem Compromisso, Vitória Regia e  Unidos da Cidade Nova e com a participação do Instituto Reino do Amanhã.

A produção de evento cultural passa, necessariamente, pela informação que você deseja transmitir. Hoje, com a febre e necessidade das lives, o esforço para ser um encontro exclusivo com o internauta tem que ser mais intimista, pessoal, para que o torcedor permaneça na sala, no seu quarto ou com seus familiares assistindo ao evento, com a certeza, que tudo foi produzido exclusivamente para ele.

E a Escola de Samba Unidos da Cidade Nova fez o seu dever de casa com capricho e zelo, um evento simples, dinâmico, que falou de carnaval, como conhecemos e gostamos, sem firulas, sem coisas de outro planeta, mas foi, exatamente o que esperávamos... alegria, sorriso e samba no pé.

A abertura do show foi feita pela escola de Mestre-sala e Porta-bandeira A Fênix, um carinho na alma, novos talentos despertados para o futuro do nosso carnaval. A programação segue com o Instituto Reino do Amanhã, que trabalha com as crianças do bairro Morro da Liberdade, garantido que o samba não vai morrer. Uma pausa, as escolas convidadas se preparam para o ápice do evento.

Uma pausa??? Tapa na cara de quem estava com o dedo no controle para muar de canal. Veio com tudo a cantora Nely Miranda, sambista, da classe de resistência e que nos faz entender que tem“ mulher no samba sim”, entrou cantando suave, gostoso, foi para o samba de enredo, inesquecíveis de nossa cidade e finalizou deixando o seu recado como compositora- samba autoral, falando do nosso compromisso com as mudanças comportamentais diante da pandemia que nos jogou para fora da rede.

E o tamborim começa aquecendo ainda mais a noite, aquele frenesi, gostoso, vai subindo... É carnaval de Manaus!!! Show do Gres Unidos do Alvorada, Sem Compromisso, Vitória Régia e Unidos da Cidade Nova.

Gratificante mesmo, é ver a equipe de produção das escolas de Samba “trabalhando”. A dedicação de cada produtor que coordena uma ala em sua agremiação, é de encher o peito de gratidão. Tudo acontece como tem que acontecer, em um grande espetáculo, mesmo quando esse espetáculo dura 30 minutos: as fantasias dispostas na sequência da apresentação, tesoura, agulha, linhas, e maquiagem nas mãos da equipe. O clima é de festa! Há comemoração, pelo fazer bem feito, mesmo que o elenco seja reduzido e que os aplausos sejam inaudíveis... o show tem que continuar!!!!

Vida longa aos produtores anônimos, aquela turma que não está na frente dos refletores e as câmeras não captam detalhes de suas mãos, mas o adorno do corpo, o colorido das pedrarias, penas, plumas, a pintura que emoldura o sorriso perfeito, são aplaudidos de pé, e na coxia, uma equipe vibra satisfeita com cada comentário positivo da audiência. A maior festa profana, a festa que celebra a carne, os prazeres terrenos, faz elevar a alma dos torcedores apaixonados, saudosos, do rufar dos tambores.

É oportuno, vale a pena lembrar dos benefícios que os investimentos no Carnaval, enquanto cultura popular: a possibilidade de geração de renda, emprego, o fortalecimento do carnaval, preservação do trabalho de artistas, a distribuição do investimento beneficiando grupos culturais locais (músicos, atores, produtores culturais, poetas, etc.) o comércio local (mais empregos formais e arrecadação de impostos), os ambulantes locais (a geração de renda para as classes pobres): um círculo virtuoso que exige: carnaval e samba não sejam tratados meramente como "produto”.

Continuamos com a certeza que as raízes fincadas nas comunidades, barracões, arquibancadas ou seguindo do trio elétrico, a voz da cultura popular RESISTÊNCIA CULTURAL do nosso país.

Parabéns aos envolvidos no Desfile Show 2.ª Edição, em especial a presidente da Unidos Cidade Nova, Fátima Romano Pinto, que mostrou a competência digna dos grandes dirigentes ao realizar um evento desse porte, dessa importância.

OBS. Esse é o link  para DESFILE SHOW -SEGUNDA EDIÇÃO