O voto no boi Garantido não é obrigatório

Charlene Duvallier me liga com um questionamento pertinente...

Fofa, sou obrigada a votar para presidente do Garantido?

Mesmo sem entender a lógica do questionamento, respondo: Não, o voto no Garantido nunca foi obrigatório, é um direito adquirido.

Charlene Duvallier resmunga: não votarei, não tenho afinidade com nenhum candidato, não consigo perceber nas propostas apresentadas nenhuma mudança real até o momento.

Com carinho de mãe, acalento minha amiga... Charlie, você está correta em ficar preocupada com o plano de trabalho que é apresentado, mas alguns detalhes são omitidos propositadamente.  

Fofa, preocupada com planos de gestão, eu?  Tô nada! O que me tortura é a falta de culhão para resolver problemas crônicos no Garantido, como por exemplo:  derrubar a maçonaria, o governo de comadres, presidência para eleitos, descentralização de poder, o machismo crônico, xenofobia e...

Interrompo, bem de mansinho: meu bem, você está surtada?

Charlene Duvallier dá um sonora gargalhada. Fofa é você  que continua vivendo no mundo de Alice,  não percebes que as propostas continuam sendo promessas não cumpridas desde 1913, essas mudanças precisam vir da base, pois,  os vícios são culturais, até as falas são parecidas em suas sonoridades, os discursos prontos com cheiro de naftalina..

Vou fazer uma previsão, no máximo, em três anos de gestão, as promessas, propostas os compromissos, serão executados em pelo menos 10%, isso com muito positivismo.

Do nada Charlene pergunta: Fofa você vai votar? Não é obrigado, lembras?

Respondo num fio de voz: Votarei sim, não é uma obrigação, mas é um direito adquirido, se me omito, o mal vence.

Ouço uma gargalhada de deboche... Alice, acorda! Vou tomar banho de rio, o calor me deixa ácida.