"Eminência Parda"

 



O que seria de mim sem o toque especial de Charlene Duvallier em meu celular? Estava eu, a humilde camponesa, preparando um banho premium para uma noite de sonhos e o aparelho celular dispara: atende, atende, não vou parar, atende, atende… então, a voz do além dispara:

— Baíra, você precisa ficar sendo sempre cutucada para falar no Garantido, nessa gestão é? 

— Boa noite, Charlene Duvallier, sim, estou muito bem, saudável e atualizada no beijo na boca.

— Sério, Baíra,  tu te achas a engraçadinha? O choro das viúvas no muro das lamentações virtuais não te incomoda? Pra inicio de conversa me diz como funciona o regime de monarquia parlamentarista?

— Jesusamado, você foi muito longe agora. MONARQUIA, eu não sei, mas A República Parlamentarista foi uma fase do Governo João Goulart, de 8 de setembro de 1961 a 24 de janeiro de 1963, correspondendo a 1 ano, 4 meses e 17 dias (504 dias). Charlene Duvallier, pra puxar monarquia você está querendo ser rainha?  De onde?

— Eu? Tá será lesa? Sou a outra humilde camponesa que insiste em ser tua amiga, mas a minha pergunta vem da curiosidade que me deixa com coceira na língua. Faz um tempo que vejo uma “uma comunicação estranha” para o padrão Garantido, e uns amigos íntimos e discretos disseram o seguinte. Amiga (falsidade eterna) … “O nosso Boi está com um PRIMEIRO-MINISTRO, na cidade Garantido, é um ser onipresente e onisciente, vê tudo, faz tudo e sabe de tudo, vai de A a Z na velocidade da Luz”. 

— Charlene Duvallier, esse povo é recheado da inveja, vai que o rapaz é somente um bom voluntário da associação.

— Baíra, tu tá frescando com a minha paciência, o primeiro-ministro está dando orientação na comissão de artes, (mas nunca cheirou cola nos galpões), na assessoria de comunicação (nunca, jamais, havia escrito um lide), está à frente da administração do boi, (sem muita informação dessa participação) atua também no financeiro (suas planilhas sãos perfeitas, e sabe onde é o “canal”), cria as coreografias de arena, (desempenho físico é o seu forte) e na hora 25 do dia dá uma olhada na área jurídica do Boi, (corre na boca das Charlenes da Ilha, que foi nessa cochilada que aconteceu o Leilão da Universidade do Folclore). Tadinho do super, fazer tudo sozinho é florida mesmo. 

— Charlene Duvallier, pode parar, nós elegemos o presidente dos sonhos, aquele com experiência e liderança de sobra que nunca seria um presidente de fotos em cerimônias.

— Bairá, acorda, para de fazer a sonsa, faz um tempo que nossos presidentes não exercem a presidência. Estamos nas mãos de Eminências Pardas “necessárias” para levar a culpa das incompetências nas administrações dos sonhos das belas adormecidas do Garantido (100 anos roncando alto na floresta). Baíra, meu boi, só tem vermelho na testa, no nariz NÃO!

... Macio feito pelo de coelho
Meu boizinho é todo branco
Só na testa tem vermelho (Toada: Parintins para o mundo – Jorge Aragão/ Ana Paula Perrone)